Mounjaro falsificado: Como identificar, e quais os riscos à saúde que produto pode causar

(Foto: Shutterstock)
As canetas emagrecedoras, como o Mounjaro (tirzepatida) e o Wegovy (semaglutida), viraram objeto de desejo de quem busca perda de peso rápida e imediata.
Para controlar as vendas e assegurar que o uso ocorra sob acompanhamento médico, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou em junho que esses medicamentos só podem ser vendidos mediante retenção da receita em farmácias devidamente autorizadas. No entanto, o comércio irregular dessas substâncias vem crescendo em todo o país.
Mas quais são os riscos de consumir um produto sem procedência comprovada?
Riscos de reações alérgicas a falência de órgãos
O endocrinologista André Camara de Oliveira, diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP), alerta sobre os riscos de uso de versões falsificadas do Mounjaro:
“O paciente pode estar injetando desde uma substância sem princípio ativo até compostos tóxicos, bactérias, solventes industriais ou doses erradas”.
Segundo o especialista, há casos documentados por agências regulatórias internacionais, como a Food and Drug Administration (FDA, dos Estados Unidos) e a Agência Europeia de Medicamentos (EMA), que relatam reações alérgicas severas, hipoglicemia, sepse e até falência de órgãos.
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Como reconhecer uma caneta falsificada?
Os produtos originais da fabricante do Mounjaro, a empresa Eli Lilly, possuem selos de segurança intactos, código de barras legível, número de lote e validade em alto-relevo, além do logotipo “Lilly” gravado no corpo da caneta e no lacre metálico.
Já versões falsificadas podem apresentar rótulos desalinhados, fontes incorretas, ausência do número de registro no Ministério da Saúde e inconsistências no lote.
A endocrinologista Carolina Janovsk, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), recomenda às pessoas que interrompam o uso do medicamento se houver desconfiança da sua procedência ou se a pessoa experimentar sintomas específicos:
“Se houver sintomas como suor frio, tremores, confusão mental, fraqueza ou desmaios, é preciso buscar ajuda urgente, pois podem indicar hipoglicemia causada por insulina ou contaminantes presentes em versões falsas”.
É recomendado guardar a embalagem, o recibo e o número do lote, que podem ajudar na investigação. Também é possível registrar a denúncia pelo sistema VigiMed, da Anvisa, e acionar o serviço de atendimento da Eli Lilly Brasil, pelo telefone 0800 701 0444 ou WhatsApp (11) 5108-0101, para verificar a autenticidade do lote e receber orientação.
E claro, os especialistas reforçam que o medicamento deve ser adquirido apenas em farmácias físicas ou virtuais com registro na Anvisa.
*Com informações de Metrópoles
