Mercado erótico no Brasil cresce com foco em bem-estar, tecnologia e diversidade

Itens como sugadores de clitóris e vibradores bullet figuram entre os mais vendidos. (Foto: reprodução)
No Brasil, as sex shops deixaram de ser ambientes discretos para se tornarem atores centrais no mercado de bem-estar e autoconhecimento. Pesquisa inédita do Portal Mercado Erótico em parceria com a INTT Cosméticos Sensuais revela que o setor já movimenta mais de R$ 2 bilhões ao ano e projeta crescimento de 8% ao ano até 2028.
Entre os perfis de consumidores, cerca de 55,6% são mulheres, com predominância de faixa etária entre 26 e 45 anos. Mais de 60% das vendas são feitas online, evidenciando a importância da discrição e da acessibilidade.
Itens mais procurados
De acordo com o levantamento, itens como sugadores de clitóris e vibradores bullet figuram entre os mais vendidos. Em especial, sugadores, que utilizam ondas de sucção ou pressão, são apontados como produto diferenciado, capaz de proporcionar prazer intenso de forma focalizada. Vibradores bullet continuam populares, especialmente para iniciantes, por seu tamanho compacto e facilidade de manuseio. Há também destaque para modelos com controle remoto ou conectividade via aplicativos.
Lubrificantes e cosméticos íntimos, que figuram os géis excitantes ou sensações que imitam calor ou vibração estão entre os preferidos, tanto para uso individual quanto em casal. Esses produtos têm sido valorizados por promoverem conforto, saúde íntima e incremento da experiência erótica.
O plug anal é um dos itens bem aceito entre os casais que querem dar uma aquecida na relação e esquentar as práticas de masturbação. Pode ser uma ótima forma de começar, sobretudo a quem tem curiosidade de explorar outras zonas erógenas do corpo. Tamanhos, texturas diferentes e até funções variadas são algumas das qualidades que podem interessar quem quer experimentar um plug anal.
Esse item é desenhado especificamente para a estimulação do ânus. O grande atrativo é o seu formato cônico, com a ponta mais fina, o que facilita o uso e reduz os desconfortos para iniciantes.
“O sucesso do plug se dá por ele aproveitar ao máximo a fisiologia do ânus, uma zona erógena incrivelmente sensível. Com milhares de terminações nervosas, a região anal pode proporcionar uma variedade de sensações que vão do prazer sutil ao êxtase intenso”, aponta a sexóloga Cátia Damasceno.
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Especialistas e o papel das tendências culturais e tecnológicas
Especialistas destacam que a normalização do consumo desses produtos está relacionada à quebra de tabus sobre sexualidade, ao autoconhecimento e à procura por qualidade de vida. Janaína Aguiar, consultora de vendas no setor, em entrevista à Rede Onda Digital, afirma que “o autocuidado íntimo tem impulsionado a venda de lubrificantes e vibradores, agora vistos como essenciais para o relacionamento e para a saúde sexual.”
A terapeuta sexual Thais Plaza, em entrevista à Folha de São Paulo, diz que sua função como profissional da área é ajudar o cliente a aprender a se divertir com brinquedos, sozinho ou acompanhado.
A tecnologia também opera como catalisador: vibradores controlados por aplicativos, dispositivos inteligentes e opções sustentáveis (material safer-use, embalagens recicláveis) são demandas crescentes. Essas inovações atendem a consumidores mais jovens, conectados digitalmente e em busca de experiências personalizadas.
Outra tendência relevante é o chamado “edutainment”, que são produtos que combinam erotismo com educação ou interação, como jogos para casais, cartas interativas e kits sensoriais, que ajudam a aproximar parceiros e promover diálogo na intimidade.
Diversidade de perfis de consumidor e desafios
O setor é marcado por perfis variados: mulheres casadas que buscam reavivar a intimidade, solteiras em processo de autoconhecimento, pessoas LGBTQIAPN+ em busca de expressividade e também aqueles recém-divorciados ou em transição de vida. Essa diversidade mostra que o mercado deixa de ser nicho e passa a fazer parte da rotina de bem-estar de muitos brasileiros.
No entanto, ainda persistem desafios: o preconceito social, a desinformação e o acesso físico ou seguro a produtos de qualidade. Mesmo com o crescimento do e-commerce, muitos consumidores apontam insegurança em compras online ou receio de julgamentos
