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China aposta em ensino de inteligência artificial desde os 6 anos para formar nova geração tecnológica

China aposta em ensino de inteligência artificial desde os 6 anos para formar nova geração tecnológica

A medida se encaixa como mais um capítulo de uma estratégia de longo prazo para consolidar a liderança tecnológica até 2049

Quando o Ministério da Educação da China anunciou, em maio, que crianças do ensino fundamental passariam a aprender conceitos básicos de inteligência artificial (IA), a decisão pareceu ousada. No entanto, em um país acostumado a fazer planejamentos em décadas, a medida se encaixa como mais um capítulo de uma estratégia de longo prazo para consolidar a liderança tecnológica até 2049, ano do centenário da República Popular.

Ensino de IA desde a infância

A proposta prevê que, já aos 10 anos, os estudantes tenham contato com lógica algorítmica. No ensino médio, deverão ser capazes de desenvolver programas simples. O governo, entretanto, mantém rígidas regras sobre o uso das ferramentas: alunos poderão utilizar sistemas generativos para relatórios de diagnóstico, mas não terão permissão para delegar integralmente suas tarefas à IA.

O movimento acompanha outras iniciativas do país. Em 2023, Pequim iniciou uma reforma universitária, eliminando cursos considerados de “baixa relevância econômica” e reforçando formações em ciência da computação, engenharia e robótica. O avanço global da IA acelerou a revisão do currículo escolar, agora estendido ao ensino básico.


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Educação como política de Estado

A decisão é sustentada pelo desempenho acadêmico dos estudantes chineses. Em 2022, o país liderou o ranking do Pisa — avaliação internacional de leitura, matemática e ciências — superando com folga as médias da OCDE. O resultado reforça a visão do governo de que, sob diretrizes nacionais, é possível alinhar educação de qualidade e objetivos estratégicos de inovação.

Em abril, o presidente Xi Jinping destacou, em visita a centros de pesquisa em Xangai, que a inteligência artificial é “uma causa da juventude” e defendeu o fortalecimento das competências digitais desde cedo. O novo guia educacional traduz essa visão em práticas concretas, ao preparar uma geração apta a operar, programar e criar com IA antes mesmo da universidade.

Estratégia global

A iniciativa se conecta ao programa “AI+ initiative”, que busca integrar inteligência artificial a diversos setores da sociedade. Ao incluir o ensino básico na estratégia, Pequim aposta na formação de milhões de estudantes familiarizados com algoritmos e aplicações práticas desde a infância.

A meta é clara: transformar a educação em motor de competitividade global e garantir que, até meados do centenário da República Popular, em 2049, a China esteja consolidada como potência mundial em inteligência artificial.

*Com informações de Exame.