Casos recentes de remissão de câncer envolvendo figuras públicas, como a modelo Vera Viel, de 49 anos, e a influenciadora Isabel Veloso, de 18 anos, despertaram o interesse do público e geraram dúvidas sobre o que realmente significa estar em remissão do câncer.
Embora o termo costumeiramente esteja associado a uma boa resposta ao tratamento, a remissão não deve ser confundida automaticamente com a cura da doença.
O que é remissão do câncer?
A jovem influenciadora Isabel Veloso, que vem documentando sua batalha contra o câncer nas redes sociais, esclareceu para seus seguidores o significado da remissão.
“Para se tornar cura, eu preciso ficar cinco anos sem sinal da doença”, afirmou Veloso em seus stories no Instagram.

De forma semelhante, a modelo Vera Viel, esposa do apresentador Rodrigo Faro, celebrou a continuidade de seu estado de remissão após a realização de novos exames.
“Continuo em remissão do câncer para toda honra e toda glória de Deus”, declarou a modelo, reforçando a importância da fé e da persistência no tratamento.
Diferença entre remissão parcial, remissão completa e cura
Segundo o oncologista Ramon Andrade de Mello, médico do Centro Médico Paulista High Clinic Brazil e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, o termo remissão do câncer pode ser dividido em diferentes estágios e interpretações.
“Em termos de fácil entendimento, a remissão pode ser parcial ou completa, temporária ou permanente. Isso significa que os sinais e sintomas do câncer estão reduzidos ou ausentes”, explica o especialista.
Remissão parcial: refere-se à diminuição do tamanho de um tumor ou da extensão da doença no corpo, como resposta ao tratamento, o que, por sua vez, reduz também os sintomas.
Remissão completa: ocorre quando todos os sinais visíveis da doença desaparecem em resposta ao tratamento, mas isso não significa necessariamente a cura.

O oncologista enfatiza que a cura do câncer é um termo que deve ser utilizado com cautela.
“A cura realmente significa permanecer em remissão completa por cinco anos ou mais”, esclarece Ramon.
Ainda assim, ele alerta que mesmo após esse período, algumas células cancerosas podem permanecer no organismo, tornando fundamental o acompanhamento médico contínuo.
A importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento
De acordo com Ramon Andrade de Mello, o sucesso no combate ao câncer está diretamente relacionado à detecção precoce da doença.
“O mais importante para pensarmos em cura para o câncer é diagnosticar precocemente a doença. A cura também está atrelada ao tipo de tumor, de forma que alguns são mais agressivos e com maiores chances de metástases que outros”, afirma.
O especialista acrescenta que existem tumores com altas taxas de cura, inclusive quando diagnosticados em estágios avançados. No entanto, cada caso é único, e o prognóstico depende de diversos fatores, como tipo de câncer, extensão da doença, idade do paciente e resposta ao tratamento.
Outro ponto crucial destacado pelo oncologista é a necessidade de acompanhamento médico regular após o término do tratamento.
“O objetivo é detectar a possibilidade de recidiva ou novos problemas. Essas consultas médicas regulares acontecem independentemente dos sintomas. O paciente passa por exames físicos e outros que podem incluir análises laboratoriais e de imagem”, conclui Ramon.
*COm informações de CNN