Instituições de ensino profissionalizante realizaram protesto na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) nesta quarta-feira (18) contra a Medida Provisária 1.116, que altera o sistema de formação de jovens no ensino técnico para inserção no mercado de trabalho. Entre outras disposições, a medida apresentada pelo governo federal estende o cadastro de aprendizes para pessoas com até 29 anos de idade e desobriga jovens em situação de vulnerabilidade social a fazer um curso profissionalizante.
Para Eduardo Abreu, instrutor de Mecânica Veicular e Manutenção do Pró-Menor Dom Bosco, a MP 1.116 precariza a aprendizagem e facilita a contratação de mão-de-obra qualificada e barata. “Para a empresa, será mais vantajoso contratar um estudante que já está cursando o ensino técnico do que o que está saindo do ensino médio”, explicou.
Segundo Juan Lucas Pereira, coordenador pedagógico do Pró-Menor Dom Bosco, empresas de grande e médio porte já aderiram ao sistema proposto na MP. Desde o início desta semana, alunos e professores de instituições participaram de mobilizações em outros estados conta a MP 1.116.
Leia mais:
Em Manaus, oito instituições formadoras disponibilizam o sistema de aprendizagem e atendem a alunos que não conseguiram vagas por meio de cotas em cursos do Sistema S (conjunto de organizações representativas da indústria), conforme previsto em legislação.
No início da sessão na Aleam, outras instituições, como a Associação O Pequeno Nazareno, ocuparam as cadeiras da galeria da Casa Legislativa com cartazes e palavras de ordem pela defesa da aprendizagem. A manifestação teve apoio dos deputados Belarmino Lins (PP), Serafim Corrêa (PSB) e Wiliker Barreto (Cidadania), que classificou a MP como retrocesso.
“Hoje, um diploma de ensino superior não é garantia de emprego. Uma qualificação técnica também dá condições de renda”, disse Wilker, que sugeriu,como medida de governo, a inclusão de jovens beneficiados pelo Auxílio Estadual em cursos profissionalizantes.