‘Viveiro Acrobático’: proposta artística proporciona imersão no universo circense

Acrobacia, dança, música e teatro, levando a arte circense para escolas e espaços públicos da região Norte. (Foto: divulgação)
“Se o público não vai ao circo, o circo vai até o público.” A adaptação do ditado popular traduz o espírito do “Viveiro Acrobático”, projeto da companhia amazonense Circo Caboclo, fundada pelo artista, educador e produtor cultural Jean Winder. A iniciativa combina acrobacia, dança, música e teatro, levando a arte circense para escolas e espaços públicos da região Norte, com o objetivo de democratizar o acesso à cultura.
Municípios do Amazonas (Iranduba, Itacoatiara, Manacapuru, Manaus, Presidente Figueiredo), do Acre (Rio Branco), do Pará (Belém, Santarém), de Roraima (Boa Vista) e do Tocantins (Palmas) integram a lista de locais contemplados com a experiência circense.
As cidades amazonenses foram as primeiras a receber a proposta artística “Viveiro Acrobático”, que inclui oficinas de bambolê (manipulação de objetos), acrobacia de solo, tecido acrobático e a apresentação do espetáculo homônimo. A obra foi definida pelo artista plástico Roberto Suárez Rengifo como “mais que uma performance circense: trata-se de um ato poético-político, no qual corpo, memória e território amazônico se entrelaçam, propondo uma nova forma de pensar o circo no Brasil contemporâneo”.

De acordo com Winder, a companhia Circo Caboclo desenvolve, desde 2017, propostas formativas, espetáculos e eventos culturais voltados à linguagem circense. Nesse contexto, dois pontos foram essenciais para a circulação do “Viveiro Acrobático”: a necessidade de formação de público para o circo contemporâneo e o desejo de tornar acessível a participação em aulas de técnicas circenses, que contribuem tanto para a formação artística quanto para o desenvolvimento físico, emocional e psicológico dos participantes.
“Nossa missão é aproximar o público do universo do circo”, afirma o acrobata, formado pela Escola Nacional de Circo do Rio de Janeiro e pela Universidad Nacional de San Martín, em Buenos Aires (Argentina).
O projeto tem coordenação geral de Jean Winder, que também se apresenta ao lado de Paloma Blandina e Laísa Silva. A equipe técnica conta ainda com Fernanda Bezerra (assistência de produção), Leandro Alho (design), Cícero Benedito (audiovisual), Amanda Magaiver (produção), e produtores locais: Marcela Pultrini (Tocantins), Klaryson Willyams (Santarém), Rosangela Bandeira (Boa Vista), Sarah Jayne (Rio Branco) e Yure Lee (Belém).
Receptividade
A primeira realização do “Viveiro Acrobático” – contemplado pelo Edital de Chamamento Público n° 03/2024, executado pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e do Conselho Estadual de Cultura (Conec), com recursos do Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura – aconteceu no dia 10 de setembro no Centro de Educação de Tempo Integral – Prefeito Washington Luís Régis da Silva, em Manacapuru.
Segundo Winder, a passagem do projeto pelo Amazonas aconteceu até este mês de outubro em instituições de educação da rede pública, envolvendo toda a comunidade escolar, enquanto fora do estado será em espaços públicos (teatros e praças) até 2026, de forma gratuita ao público geral.
“A receptividade de quem participou da proposta tem sido fenomenal, especialmente do público infantil, já que o circo tem um poder de sinestesia muito forte com essa faixa etária. Vale ressaltar que a maioria das crianças dos lugares onde realizamos o projeto nunca haviam ido (ou visto) o circo. Por isso, um recado: quem ainda não vivenciou a experiência pode esperar muita beleza, virtuosismo, poética e diversão”, enfatiza.
