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Morre cineasta Silvio Tendler, grande nome do documentário no Brasil

Cineasta dirigiu documentários marcantes e de grande sucesso de público, e foi condecorado 2 vezes pelo governo.
Morre cineasta Silvio Tendler, grande nome do documentário no Brasil

O cineasta Silvio Tendler (Foto: Divulgação).

Morreu na manhã desta sexta-feira (5/9), aos 75 anos, o cineasta Silvio Tendler, vítima de uma infecção generalizada. Ele enfrentava havia dez anos uma neuropatia diabética, doença que prejudica o sistema nervoso.

A morte foi confirmada por sua filha, Ana Rosa Tendler.

Tendler foi um dos principais diretores do Brasil, e grande nome do documentário. Conhecido como “cineasta dos sonhos interrompidos”, o documentarista capturou episódios e figuras históricas da política nacional em filmes como “Jango” (1980), “Os Anos JK – Uma Trajetória Política” (1980) e “Tancredo, A Travessia” (2011), sua “Trilogia Presidencial”.

“Jango” é até hoje, uma das maiores bilheterias de documentário no cinema nacional, com 1 milhão de espectadores. Os outros dois longas do gênero documental de maior sucesso no país também são de Tendler —”O Mundo Mágico dos Trapalhões” (1981), com 1,3 milhão de espectadores, e “Os Anos JK” (1980), com 800 mil espectadores.

Ele também dirigiu “Glauber o Filme: Labirinto do Brasil” (2003), sobre o cineasta brasileiro.

A obra mais importante de Tendler foi “Utopia e Barbárie”, um retrato da segunda metade do século 20 entre imagens de arquivo e a perspectiva de nomes relevantes do período, como Augusto Boal, Eduardo Galeano e Susan Sontag. O filme levou cerca de vinte anos para ser concluído.


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Tendler nasceu no Rio de Janeiro em 1950. No fim dos anos 1960, passou a se dedicar ao cinema e, para escapar da ditadura militar, buscou exílio no Chile, de onde se mudou para a França em meados dos anos 1970. Em Paris, estudou história e cinema.

De volta ao Brasil, Tendler se tornou professor na PUC-Rio e fundou a produtora Caliban em 1976, que produziria documentários importantes ao longo das próximas décadas: Foram mais de 80 títulos, entre longas e curtas, a maior parte de cunho historiográfico.

Nos anos 1990, Tendler passou a atuar na política institucional. Foi Secretário de Cultura e Esporte do Distrito Federal e trabalhou junto à Unesco, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, na articulação da indústria audiovisual no Mercosul. Em 2006, recebeu a Ordem Rio Branco, honraria concedida pelo presidente Lula. Em maio deste ano, o cineasta voltou a ser condecorado pelo governo federal com a Ordem do Mérito Cultural.

Ao todo, o cineasta recebeu mais de 60 prêmios durante sua carreira em festivais pelo Brasil e pelo mundo. Silvio Tendler deixa esposa e filha. O velório acontecerá no domingo (7), no Rio de Janeiro.

*Com informações de Folha de S. Paulo