Banda Garotos Podres é indiciada pela Polícia Civil por suposta “ofensa religiosa” em música lançada a 40 anos

(Foto: reprodução)
Os integrantes da banda punk paulista “Garotos Podres” foi indiciada pela Polícia Civil de São Paulo por conta da letra de uma música lançada em 1985. Segundo a banda informou por meio das redes sociais, a denúncia ocorreu por suposta “ofensa religiosa” relacionada à música “Papai Noel, Velho Batuta”, lançada em 1985. O caso chamou atenção pelo caráter inusitado da acusação e gerou repercussão no meio cultural.
De acordo com o grupo, a denúncia sustenta que a canção atinge uma figura considerada sagrada. A banda não divulgou detalhes sobre a origem do registro, nem informou quem apresentou a queixa ou em que local o procedimento foi instaurado. Apesar do tom irônico da publicação, os músicos afirmaram preocupação com a possibilidade de o inquérito resultar em uma ação judicial.

“E, apesar do inquérito constar uma denúncia contra a música “Papai Noel, Velho Batuta, sabemos que o principal alvo era impedir os shows da banda”. Diz a publicação.
Ver essa foto no Instagram
A música íntegra o álbum “Mais Podres do que Nunca”, primeiro disco da banda. A letra faz uma crítica ao consumismo, à desigualdade social e ao que a banda define como hipocrisia associada às celebrações natalinas. Na época do lançamento, ainda durante a Ditadura Militar, o grupo enfrentou dificuldades para liberar a faixa por causa da censura vigente.
Leia mais
Titãs comemora 40 anos do disco “Cabeça Dinossauro” com nova turnê tocando álbum na íntegra
Grávida, ex-Chiquititas pausa faculdade e revela como tem lidado com a gestação
A música voltou a ser comentada depois que um clipe animado da música foi lançado no canal oficial do YouTube. Após a polêmica do indiciamento, o mesmo foi repostado junto de mensagens contra a censura. Após a divulgação do caso nas redes sociais, a banda recebeu apoio de diversos fãs e admiradores.
Quase quatro décadas depois, o indiciamento reacende discussões sobre liberdade de expressão e os limites da crítica artística, além de levantar questionamentos sobre o uso de investigações policiais em casos envolvendo obras culturais de cunho satírico e contestador.
(*)Com informações do Whiplash






