Quando se fala em emagrecimento rápido e na busca por um físico mais atlético, o treino intenso é muitas vezes visto como o caminho mais direto. No entanto, uma dúvida comum surge entre os praticantes. Treinar em jejum realmente acelera os resultados ou pode prejudicar o desempenho? A resposta não é simples e depende muito do nível de experiência de cada pessoa.
O treinamento em jejum tem sido defendido por muitos como uma forma eficaz de queimar gordura, mas nem sempre é a melhor estratégia para todos. O treinador Leandro Twin explica que os riscos e benefícios variam conforme o estágio de condicionamento físico do indivíduo, e é essencial entender como o corpo reage a essa prática.
Iniciantes – Risco de hipoglicemia e perda de rendimento
Para quem está começando a se exercitar, o treino em jejum pode não ser a melhor escolha. Isso porque, em estágios iniciais, o corpo ainda não está completamente adaptado à atividade física intensa. Como os mecanismos regulatórios, como o funcionamento do glucagon, adrenalina e cortisol, não são tão eficientes, há um risco maior de hipoglicemia (queda de glicose) e de perda de rendimento durante os exercícios. Portanto, para iniciantes, o ideal é evitar o jejum antes dos treinos.
Intermediários – Potencial para resultados positivos
Já as pessoas que possuem uma rotina mais avançada de treinos e têm seus mecanismos regulatórios bem desenvolvidos podem se beneficiar do treino em jejum. De acordo com Twin, praticantes intermediários, que já realizam atividades físicas de moderada a intensa, podem treinar sem problemas em jejum, mantendo o desempenho e, inclusive, melhorando a eficiência no que diz respeito à queima de gordura.
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Avançados – Cuidado com a Intensidade do Exercício
Por outro lado, os praticantes avançados enfrentam uma situação mais complexa. Embora possuam um corpo mais adaptado aos exercícios intensos, o treino em jejum pode levar a uma grande perda de desempenho devido à alta demanda de energia necessária para suportar as atividades. Mesmo que o corpo já tenha mecanismos regulatórios eficientes, o desgaste pode ser tão intenso que o rendimento cai significativamente, prejudicando o objetivo de um treino mais eficiente.
O treino em jejum, por mais que seja vantajoso para eliminar gordura, não é uma fórmula mágica e pode não ser indicado para todos os níveis de condicionamento. Para iniciantes, os riscos superam os benefícios, enquanto os intermediários podem experimentar bons resultados sem prejuízo no desempenho. Para os avançados, a intensidade do treino deve ser cuidadosamente ajustada, já que o jejum pode comprometer os resultados. Portanto, antes de tomar essa decisão, avalie seu nível de treino e, se necessário, consulte um especialista para definir a melhor estratégia para você.