Ansiedade e depressão foram as principais causas de afastamento do trabalho em 2024 por transtornos de saúde mental. É o que mostra um levantamento em dados do Ministério da Previdência.
Segundo o levantamento, mais de 470 mil afastamentos foram concedidos em 2024 devido a transtornos mentais, sendo 141 mil por ansiedade e 113 mil por depressão. O número é o maior em 10 anos e representa um aumento de 68% em relação ao ano anterior, quando 283 mil benefícios foram concedidos por essa razão.
A ansiedade é um sentimento natural, ativado em situações que exigem urgência ou diante do inesperado. Mas, quando ela se torna uma doença? E toda tristeza é, de fato, depressão?
Ansiedade
A ansiedade é um sentimento natural e está relacionada, por exemplo, à sensação que se tem quando é preciso fazer algo urgente.
Esse sentimento, no entanto, é diferente do que é classificado clinicamente como transtorno de ansiedade. O transtorno de ansiedade acontece quando essa sensação toma conta da pessoa e atrapalha as atividades do dia a dia.
Os quadros mais comuns e suas características são:
- transtorno de ansiedade generalizada: preocupação excessiva e análise minuciosa de cada situação;
- transtorno obsessivo-compulsivo (TOC): pensamentos obsessivos e medos irracionais que acabam levando a atitudes compulsivas;
- fobia social (ou transtorno de ansiedade social): preocupação e medo com interações sociais comuns do dia a dia;
- síndrome do pânico: crises intensas de medo e mal-estar generalizado;
- agorafobia: medo de situações e lugares que possam causar impotência, constrangimento ou aprisionamento.

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Quais são as principais causas e sintomas?
A ansiedade é um transtorno multifatorial. O que significa que não há uma única causa para ela, mas um conjunto de fatores. Alguns deles são:
- por desequilíbrios químicos cerebrais;
- pela falta de suporte familiar;
- traumas;
- ambiente de pressão, que estimula que a pessoa seja ansiosa;
- falta de segurança, seja por violência ou financeira;
Qual o tratamento?
O tratamento depende do quadro do paciente. Há casos em que é possível apenas com acompanhamento de terapia, trabalhando para absorver menos a pressão e não deixar o corpo em situação de alerta.
O que os médicos reforçam é que é necessário, para além de terapia, um olhar para a qualidade de vida: melhoria no tempo de sono, alimentação, exercício físico, tempo para lazer.
Em casos mais graves, é necessário intervenção com medicação. Apenas com o acompanhamento médico é possível saber qual o melhor caminho de tratamento.
Depressão
A depressão é um transtorno de humor. Segundo especialistas, o nosso organismo tem várias funções – tem a função digestiva, a visual, a auditiva, e tem uma função chamada humor, que dá o tom, o colorido das coisas, o colorido afetivo: se é positivo, se é negativo, se é bom, se é mau. E essa função pode adoecer – e uma dessas maneiras é a depressão – é um transtorno do humor nesse sentido.
O que causa a depressão?
A depressão é uma condição complexa e multifatorial, produto da interação entre condições biológicas, genéticas e ambientais.
Independentemente do motivo que leva alguém a ter depressão, a “culpa” nunca é de quem fica doente.
Vários fatores podem deixar alguém mais vulnerável a desenvolver depressão:
- questões econômicas, como a perda de um emprego
- histórico de abuso ou de violência
- luto pela perda de pessoas próximas;
- eventos traumáticos, como as enchentes no Rio Grande do Sul;
- pertencer à população LGBT
- ser mulher
- até exercer determinadas profissões, como médico e professor, por exemplo.