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Startups inovam com tokenização da castanha da Amazônia

Startups estão aliando investimento financeiro para seus clientes com preservação da floresta
20/10/25 às 14:47h
Startups inovam com tokenização da castanha da Amazônia

Foto: Divulgação/Zeno Nativo.

A cultura de investimento tem ganhado cada vez mais força, há diversas opções para perfis mais conservadores, como Tesouro Direto, CDB e LCI, além de outras que atendem investidores moderados e arrojados. E agora, interessados em ganhar com investimentos que ampliam o lucro para algo além do dinheiro, aliando benefícios – como manter a floresta em pé e fortalecer as cadeias de produtos da sociobiodiversidade da Amazônia – ao retorno financeiro, encontraram a opção perfeita: os tokens de castanha da Amazônia.

A inovação é fruto de um projeto entre a ForestiFi, uma fintech de Manaus especializada em investimentos de impacto, e a Zeno Nativo, que produz e comercializa produtos da floresta junto às populações tradicionais que vivem próximas ao Rio Acará (PA). Ambas são startups que fazem parte do portfólio da AMAZ, a maior aceleradora de negócios de impacto da Região Norte, com foco em empresas que atuam na Amazônia Legal.

Em abril deste ano, as startups transformaram 1.850 quilos de castanha da Amazônia em ativos digitais e arrecadaram R$ 114,7 mil em investimentos. Ao todo, 82 pessoas participaram da campanha, adquirindo 4.588 tokens vendidos a R$ 25 cada. Com um retorno previsto para setembro (cinco meses), a expectativa é que cada token seja resgatado por R$ 26,69 — um acréscimo de R$ 1,69. Isso representa uma valorização de R$ 7,7 mil sobre a safra tokenizada e uma movimentação final de R$ 122,4 mil.

O valor captado será repassado diretamente para mais de 50 famílias extrativistas da região do Rio Acará (PA), de onde vieram as castanhas tokenizadas nesta campanha.

Glauco Aguiar, cofundador da ForestiFi, é um dos responsáveis pela inovação. Ele já trabalhou com outros produtos da sociobiodiversidade amazônica, incluindo cacau nativo, pirarucu de manejo e guaraná selvagem, mas afirma que sempre houve interesse em tokenizar a castanha e potencializar a geração de renda para a população que trabalha com a cadeia sustentável.

Outro ator fundamental no processo de tokenização é Zeno Gemaque, cofundador da Zeno Nativo. A parceria nasceu durante uma ação de networking promovida pela AMAZ. Após reuniões e visitas estratégicas, surgiu a ideia de inovar por meio da transformação da castanha em ativos digitais.

A empresa atua no município de Acará (PA), beneficiando castanhas e cacau nativos da floresta amazônica. Desde sua fundação, em 2012, a startup já comercializou mais de 15 toneladas de castanha e cinco de cacau fino, preservando mais de 17 mil hectares de floresta nativa, sempre com certificação orgânica emitida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Atualmente, a Zeno Nativo trabalha em colaboração com mais de 300 famílias extrativistas da Amazônia, fortalecendo a preservação da floresta em pé e gerando renda para a população.


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Reconhecimento internacional

Este foi o sexto projeto da ForestiFi na Amazônia, que também envolve trabalhos com cacau nativo, pirarucu de manejo e guaraná selvagem. Isso se traduz em quase meio milhão de reais captados desde sua constituição, há dois anos.

Toda essa dedicação rendeu à ForestiFi o reconhecimento como uma das startups de sustentabilidade mais inovadoras do mundo pela Change 100, uma campanha da plataforma We Make Change com apoio de grandes parceiros, como Microsoft Entrepreneurship for Positive Impact e Techstars. O anúncio ocorreu durante o evento “Change Now”, realizado em Paris, no mês de abril.