A Petrobras registrou um lucro líquido de R$ 36,6 bilhões em 2024. O valor representa uma queda de 70,6% em relação ao ano de 2023, quando a empresa havia registrado o segundo maior lucro líquido de sua história, totalizando R$ 124,6 bilhões. A informação foi divulgada pela estatal nesta quarta-feira (26/02)
Segundo a Petrobras, a redução dos lucros foi influenciada principalmente pela desvalorização do real frente ao dólar e por eventos contábeis extraordinários, que tiveram pouco impacto no caixa da companhia.
“O resultado da Petrobras em 2024 foi impactado principalmente por um item de natureza contábil: a variação cambial em dívidas entre a Petrobras e suas subsidiárias no exterior”, explicou Fernando Melgarejo, diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores.
Melgarejo esclareceu que essas operações financeiras entre empresas do mesmo grupo geram efeitos opostos, resultando em um descompasso contábil momentâneo, agravado pela valorização do dólar no final de 2023.
Leia mais
Eleições 2026: Na dança das cadeiras, quem ficar em pé, fica sem mandato no Senado
Itamaraty critica declaração do Governo Trump sobre decisões do STF
Ainda de acordo com a estatal, sem esse impacto contábil, o lucro líquido teria sido de R$ 103 bilhões.
Prejuízo no Quarto Trimestre
No quarto trimestre de 2024, período de forte valorização do dólar em relação ao real, a Petrobras registrou um prejuízo líquido de R$ 17 bilhões. No mesmo período do ano anterior, a empresa havia contabilizado um lucro líquido de R$ 31 bilhões.
Outro fator que influenciou negativamente o desempenho da estatal foi a adesão ao edital de contencioso tributário em junho de 2024. O Conselho de Administração da Petrobras aprovou a adesão a um acordo com o governo para encerrar uma disputa tributária que envolvia tributos como Cide e PIS/Cofins não pagos entre 2008 e 2013.
O valor total da dívida era de R$ 44 bilhões, mas a Petrobras obteve um desconto de 65%, reduzindo o pagamento para R$ 19 bilhões. A estatal estimava um impacto de R$ 11 bilhões no lucro do segundo trimestre devido a esse acordo.
“A decisão foi positiva e possibilitou o encerramento de relevantes disputas judiciais envolvendo afretamentos de embarcações ou plataformas e seus respectivos contratos de prestação de serviços, sem impacto relevante no caixa da companhia”, afirmou a Petrobras em nota oficial.
Fatores Externos e o Setor Energético
Além dos fatores internos, a Petrobras citou o cenário externo como um dos responsáveis pelo resultado do ano. A empresa destacou a redução de 2% no preço do barril do petróleo e a queda de 39% nas margens do diesel como fatores que impactaram suas receitas.
Apesar da queda expressiva no lucro, a Petrobras segue como uma das principais empresas do setor energético, acompanhando as oscilações do mercado global e buscando estratégias para manter sua competitividade e sustentabilidade financeira