Os preços de bens e serviços do país subiram 1,31% em fevereiro, maior taxa para o mês desde 2003. O índice representa avanço de 1,15 ponto percentual da inflação em comparação a janeiro (0,16%). É o que dizem os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — que mede a inflação oficial do país —, divulgado nesta quarta-feira (12/3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Brasil tem inflação acumulada de 5,06% — ainda acima do teto da meta para este ano, que é de 4,50%.
O resultado do mês passado ficou dentro do esperado por analistas do mercado financeiro. As previsões da Warren Investimentos e do relatório Focus eram de alta de 1,28% e 1,35%, respectivamente, em fevereiro.
A subida da inflação em fevereiro foi puxada especialmente pelo aumento de 16,80% na energia elétrica residencial, que exerceu impacto de 0,56 ponto percentual no índice geral.
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Energia volta a pesar sobre inflação
Após apresentar recuo significativo de -3,08% em janeiro, o grupo Habitação voltou a acelerar em fevereiro e ficou a 4,44%. Em termos gerais, foi o maior impacto no índice no mês passado, de 0,65 ponto percentual.
Os preços da energia elétrica subiram 16,80% em fevereiro, após caírem 14,21% no mês imediatamente anterior. Isso ocorreu devido ao fim do Bônus de Itaipu.
Além do fator das contas de luz, o grupo Habitação registrou alta na taxa de água e esgoto (0,14%), em razão dos reajustes feitos em alguns estados
Confira o resultado da inflação por grupos, que concentraram 92% do resultado da inflação de fevereiro de acordo com o IPCA:
- Educação: 4,70%;
- Habitação: 4,44%;
- Alimentação e bebidas: 0,70%;
- Transportes: 0,61%;
- Saúde e cuidados pessoais: 0,49%;
- Artigos de residência: 0,44%;
- Comunicação: 0,17%;
- Despesas pessoais: 0,13%;
- Vestuário: 0%.
No total, o IPCA acumulado em 12 meses volta a superar os 5%. O avanço de 5,06% dos preços entre março de 2024 e fevereiro de 2025 é o mais alto desde o período finalizado em setembro de 2023 (5,19%). No ano passado, a inflação anual acumulada até fevereiro foi de 4,51%.
Enquanto isso, o Banco Central prevê inflação acima de 4,5% até junho. Sem perspectiva de desaceleração dos preços, a autoridade monetária admite que vai precisar se justificar, no meio deste ano, o estouro do IPCA devido à alteração dos regimes de metas. As explicações passam a ser necessárias sempre que a inflação ultrapassar o teto por seis meses consecutivos.
*Com informações de Metrópoles e UOL