O Governo Federal estima que o salário mínimo pode passar a valer R$ 1.630 a partir de janeiro de 2026, com os pagamentos sendo realizados a partir de fevereiro. A projeção consta no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2026, encaminhado nesta terça-feira (15/4) ao Congresso Nacional, como determina a Constituição.
Atualmente, o valor do salário mínimo está fixado em R$ 1.518, após reajuste de 7,5% neste ano. Se confirmada a estimativa da equipe econômica, o novo piso terá um aumento de R$ 112, o que representa uma alta de 7,4%.
O valor final, no entanto, ainda poderá ser alterado, pois depende do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado até novembro, que será divulgado no fim do ano.
A fórmula de correção do salário mínimo leva em consideração dois critérios: a inflação acumulada (INPC) dos 12 meses até novembro e o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes, limitado a 2,5%. Essa regra foi aprovada em 2023 como parte do novo arcabouço fiscal, que estabelece um limite para a expansão dos gastos públicos até 2030.
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A LDO é o instrumento que estabelece as metas fiscais e as prioridades da administração pública para o ano seguinte, servindo de base para a formulação da Lei Orçamentária Anual (LOA).
Impacto nas contas públicas
Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), cerca de 59,9 milhões de brasileiros têm seus rendimentos atrelados ao salário mínimo. Desse total, aproximadamente 28,15 milhões são beneficiários do INSS.
O piso nacional também serve de base para benefícios como o BPC (Benefício de Prestação Continuada), abono salarial e seguro-desemprego. Por isso, qualquer aumento no valor gera impactos significativos nas despesas do governo.
De acordo com cálculos da equipe econômica, cada R$ 1 de reajuste no salário mínimo representa um acréscimo de cerca de R$ 400 milhões nos gastos públicos. Com o aumento previsto de R$ 112, o impacto estimado nas contas da União é de aproximadamente R$ 44,8 bilhões em 2026.