Fundo Previdenciário do Amazonas tinha recursos aplicados no Banco Master

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Uma das principais estratégias do ex-banqueiro Daniel Vorcaro para impulsionar as operações de Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) do Banco Master, liquidado pelo Banco Central nesta terça-feira (18/6), era incluir em seu portfólio fundos de previdência próprios de municípios e Estados. Entre esses fundos está a Fundação Fundo Previdenciário do Amazonas, a Amazonprev, que mantinha cerca de R$ 50 milhões investidos na instituição.
As aplicações dos recursos da Amazonprev em letras financeiras operadas pelo Banco Master ocorreram durante a gestão do ex-diretor-presidente, Ary Renato Vasconcelos de Souza, e do atual presidente, Evilázio Nascimento, ex-deputado estadual e irmão do presidente do Partido Liberal no Amazonas, Alfredo Nascimento.
A troca no comando da Amazonprev ocorreu em 2 de maio deste ano, quando já circulavam no mercado financeiro informações sobre a fragilidade do Banco Master. Na ocasião, a instituição tentava repassar parte de suas operações para o Banco de Brasília (BRB), que também passou a ser monitorado pelo Banco Central.
No segundo semestre de 2023, o Sindicato dos Trabalhadores da Justiça do Amazonas (Sintjam) protocolou uma denúncia no Ministério Público Estadual (MPAM) questionando a aplicação de aproximadamente R$ 300 milhões em letras financeiras de diversos bancos, inclusive do Master, entre junho e setembro daquele ano. O MPAM instaurou inquérito, ainda em andamento, assim como o Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) segue apurando o caso.
A Rede Onda Digital encaminhou, por meio dos e-mails institucionais da Amazonprev, pedidos de informações sobre os investimentos em recursos públicos no Banco Master para o diretor-presidente Evilázio Nascimento, a presidente do Conselho Fiscal, Maria da Conceição Guerreiro, e o diretor de Administração e Finanças, Leonardo Almeida de Siqueira Cavalcante. Até o momento, nenhum dos pedidos foi respondido. Caso haja manifestação, esta matéria será atualizada.
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Entenda o que acontece com quem investiu no Banco Master
A liquidação extrajudicial do Banco Master, determinada nesta terça-feira (18) pelo Banco Central, gerou dúvidas entre correntistas e investidores sobre o resgate de aplicações e o destino dos Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) emitidos pela instituição.
O reembolso dependerá do valor investido e do perfil do investidor. Pessoas físicas e empresas contam com a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até o limite de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, por conglomerado financeiro. O valor inclui tanto o montante aplicado quanto os rendimentos acumulados até a data da liquidação.
A cobertura segue o limite de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, por conglomerado financeiro. O valor inclui o montante investido e os rendimentos acumulados até a data da liquidação.
Dessa forma, quem tem até R$ 250 mil em aplicações no Banco Master receberá de volta todo o valor investido. Se o correntista tiver R$ 270 mil, por exemplo, receberá os R$ 250 mil via FGC, mas entrará para a lista de credores do banco em relação aos R$ 20 mil restantes, com a possibilidade de só receber o valor após ação judicial, na falta de acordo
Os investidores devem estar atentos. O ressarcimento pelo Fundo Garantidor de Crédito não é automático. O correntista precisa baixar o aplicativo do FGC e preencher o cadastro. Em seguida, deverá esperar o liquidante nomeado pelo Banco Central validar a base de credores do Banco Master. Esse processo dura cerca de 30 dias.
Assim, quem possui até R$ 250 mil em aplicações no Banco Master terá o valor ressarcido integralmente pelo FGC. Valores superiores a esse limite entram para a lista de credores do banco e podem ser recuperados, total ou parcialmente, somente por meio de processos judiciais ou no caso de eventual acordo durante a liquidação.






