Apesar do clima mais otimista nos mercados internacionais, o dólar encerrou o pregão desta quinta-feira (10/4) em alta de 0,92%, cotado a R$ 5,8987. O movimento ocorreu um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar a suspensão temporária do pacote de tarifas elevadas que afetaria mais de 180 países.
Enquanto isso, o Ibovespa — principal índice da bolsa de valores brasileira — registrou queda de 1,13%, aos 126.355 pontos. A retração é interpretada como uma correção após a expressiva valorização de mais de 3% na véspera, quando os mercados reagiram positivamente à decisão de Trump.
O presidente norte-americano informou que as tarifas, que antes chegavam a até 50%, serão reduzidas para 10% por um período de 90 dias. A medida trouxe alívio aos mercados, que enfrentaram uma semana marcada por forte volatilidade e queda generalizada nos preços das ações, temendo os impactos inflacionários e a retração do comércio global.
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A suspensão do tarifaço provocou reação imediata nas bolsas internacionais. As bolsas de Nova York registraram altas históricas na quarta-feira. Já as bolsas asiáticas e europeias acompanharam o otimismo nesta quinta-feira, por terem estado fechadas no momento do anúncio.
A China, no entanto, ficou de fora da medida de suspensão. O país havia retaliado as tarifas impostas pelos Estados Unidos, e os produtos chineses seguem enfrentando tarifas de até 145%. Mesmo assim, os mercados reagiram com tranquilidade à ausência de uma nova resposta por parte de Pequim.
O ministro do Comércio da China, Wang Wentao, criticou a postura dos Estados Unidos, acusando Washington de desrespeitar as regras do comércio internacional. “Lutaremos até o fim”, afirmou o ministro, destacando o impacto negativo das políticas protecionistas norte-americanas na diplomacia global.
Desempenho dos mercados
Dólar:
- Cotação: R$ 5,8987 (+0,92%)
- Semana: +1,08%
- Mês: +3,38%
- Ano: -4,55%
Ibovespa:
- Pontuação: 126.355 (-1,13%)
- Semana: -2,61%
- Mês: -4,86%
- Ano: +3,03%
Na sessão anterior, o dólar havia caído 2,54% e o Ibovespa subido 3,12%, refletindo os primeiros impactos do recuo tarifário de Trump.
O cenário segue em monitoramento, com atenção voltada à evolução das negociações comerciais entre EUA e China e aos reflexos das tarifas sobre a economia global.