O anúncio das novas tarifas de importação feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apelidado de “tarifaço”, continua tendo repercussões. Enquanto bolsas pelo mundo operam em baixa por causa das taxas, e a China e a Europa ameaçam retaliar os EUA, quem também já está sofrendo, curiosamente, são algumas das grandes empresas de tecnologia americanas, as chamadas “big techs”.
A Apple foi a que teve maior queda nas ações. Nvidia, Tesla, Amazon e outras também registraram baixas.
Na quinta (3/4), as empresas registraram as seguinte baixas:
- Apple: 8,5%;
- Amazon: 7,2%;
- Tesla, Nvidia e Meta: 6%
A Tesla, fabricante de carros elétricos, pertence a um dos maiores apoiadores de Trump, o bilionário Elon Musk, que dirige um departamento dentro do governo americano.
De acordo com a CNBC, se os prejuízos continuarem assim, a Apple terá seu maior declínio nas ações desde setembro de 2020. A empresa já soma US$ 250 bilhões em queda de valor de mercado.
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Por que as big techs estão sendo afetadas, se são americanas?
Boa parte dessas empresas depende de produtos importados ou até mesmo produzem seus dispositivos internacionalmente.
A Apple, por exemplo, fabrica seus produtos na China e outros países asiáticos. Já a Nvidia fabrica seus chips em Taiwan e monta os sistemas de inteligência artificial no México e outros lugares, cada um com uma tarifa diferente.
As medidas de Trump deverão encarecer os produtos dessas companhias para o consumidor final. No caso do Iphone, por exemplo, se houver repasse integral do novo imposto, o celular aumentará de preço nos Estados Unidos para um patamar próximo do que é praticado no Brasil.
Uma maior inflação pode pressionar o Federal Reserve (Fed, na sigla em inglês) em elevar a taxa de juros. Neste cenário, um custo mais alto da moeda impacta diretamente empresas de tecnologia, que dependem de investimentos bilionários e de longo prazo.
Tarifaço de Trump
Ao anunciar as tarifas, Trump classificou a medida como “uma declaração de independência econômica” dos Estados Unidos em relação ao mundo. Durante o discurso, ele destacou o objetivo de alavancar a produção nacional. Ele afirmou:
“No final das contas, mais produção doméstica significará competição mais forte e preços mais baixos para os consumidores”.
*Com informações de Olhar Digital e CNN Brasil.