VÍDEO: Flávio Bolsonaro usa candidatura como moeda política: “tem um preço”

(Foto: Agência Senado)
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou neste domingo (7/12) que sua pré-candidatura à Presidência da República nas eleições de 2026 não é definitiva e pode ser retirada mediante negociação política. A declaração aumenta a tensão dentro do campo da direita e altera o tabuleiro da sucessão presidencial, especialmente em meio às discussões sobre um possível projeto de anistia no Congresso Nacional.
Durante participação em um culto evangélico em Brasília, Flávio disse que “tem um preço” para não levar a candidatura adiante. Em seguida, indicou que esse “preço” passa pelo avanço de um projeto de anistia a condenados pelos atos ligados à tentativa de ruptura institucional, julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Por isso, o senador pressionou os presidentes da Câmara e do Senado para que a proposta seja pautada ainda nesta semana.
Embora tenha evitado dar detalhes, Flávio deixou claro que a pauta da anistia é central na negociação. Segundo ele, o tema “não é só isso”, mas está entre as prioridades. Assim, o senador sinaliza que a disputa presidencial já começa a ser usada como instrumento de pressão legislativa.
Assista ao pronunciamento:
Além disso, Flávio reiterou que foi escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para representar o grupo político em 2026. Segundo o senador, a missão foi dada diretamente pelo pai, o que levou o Partido Liberal e aliados do clã Bolsonaro a declararem apoio público ao seu nome. Ao mesmo tempo, ele tenta suavizar o discurso e afirmou que, se for candidato, será um “Bolsonaro mais centrado” e disposto à pacificação política.
Enquanto isso, a movimentação nos bastidores se intensifica. Flávio confirmou que se reunirá com os presidentes do PL, União Brasil e Progressistas. A agenda inclui Valdemar Costa Neto, Antônio Rueda e Ciro Nogueira. Além deles, o senador pretende conversar com Marcos Pereira, do Republicanos, partido do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, nome defendido por setores do mercado e do Centrão.
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Entretanto, a reação do Centrão indica que a entrada de Flávio na disputa pode abrir espaço para outros nomes. Lideranças avaliam que o lançamento do senador cria um vácuo na centro-direita, principalmente se Tarcísio optar por não concorrer ao Planalto. Nesse cenário, o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), aparece como alternativa viável. Aliados defendem que ele adote uma postura estratégica, aguardando o desenrolar do cenário.
Dessa forma, a pré-campanha de 2026 começa a ganhar contornos mais claros. Ao mesmo tempo em que condiciona sua candidatura, Flávio Bolsonaro amplia articulações partidárias e influencia o debate sobre a anistia. Com isso, a disputa presidencial se antecipa e aprofunda a reconfiguração das forças políticas no Congresso e fora dele.






