Durante inauguração de centro policial em Manaus, Gustavo Petro fala em legalização das drogas

(Foto: EFE/ Presidência da Colômbia)
Durante a inauguração do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI-Amazônia), nesta terça-feira (9/9) em Manaus, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, surpreendeu ao defender que a América Latina debata sem medo a legalização de drogas, como a maconha e até a cocaína.
Petro afirmou que a atual política antidrogas, historicamente impulsionada pelos Estados Unidos, fracassou. Para ele, a proibição apenas fortaleceu máfias internacionais, responsáveis por violência, tráfico e destruição da floresta amazônica. “Se a cocaína fosse legalizada no mundo, não haveria essa destruição da Amazônia”, disse.
“Esse é um tema de discussão, a América latina deveria discutir sem temor, sem constrangimento, sem vergonha de discutir, porque é como se nós fossemos criminosos e estamos agachando a cabeça para uma política criminosa, uma política feita em Nova York, uma política fracassada”, declarou.
O presidente colombiano também citou o exemplo da maconha, lembrando que, no passado, jovens chegaram a ser presos por fumar um cigarro, enquanto hoje a droga já é regulamentada e tributada em vários países. “Essa foi uma estupidez latino-americana. Agora existem coisas piores que a maconha, como o álcool”, afirmou.
“Qual é a demonstração do fracasso? Os gringos, agora estão usando o fentanil e morrem aos milhares e quando era cocaína morriam muito menos. E quando era maconha, menos ainda. E quantas pessoas morreram na América Latina, começando pela Colômbia, porque legalizaram a maconha e que agora ela é usada nas ruas, por exemplo?”, disse o presidente colombiano.
Apesar da defesa da legalização como alternativa de longo prazo, Petro ressaltou que o combate ao crime organizado ainda exige integração entre países e forças policiais. Ele defendeu maior cooperação internacional e até a atuação conjunta dos exércitos latino-americanos na proteção da Amazônia.
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O evento contou também com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além de ministros e representantes de países vizinhos.
Mandou o recado
Na ocasião, Lula afirmou que o crime organizado atinge de forma desigual a população amazônica, penalizando sobretudo indígenas, ribeirinhos e moradores de periferias. Ele defendeu ação firme do governo contra a criminalidade e enviou um recado direto às facções: “o crime organizado se prepare, porque a justiça vai derrotá-lo”.
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