Pets fazem bem à saúde mental, mas não substituem vínculos humanos, afirma psicóloga

(Foto: Reprodução)
A relação entre humanos e animais de estimação é cada vez mais debatida, especialmente quando envolve questões emocionais e de saúde mental. Em entrevista à Rede Onda Digital, a psicóloga Niziane Andrade analisou os limites e benefícios dessa ligação, ressaltando quando ela pode ser saudável e quando pode se transformar em dependência emocional.
Niziane afirma que criar laços afetivos com animais de estimação é natural e positivo, trazendo impactos diretos no bem-estar emocional.

“Isso pode ser benéfico para a saúde mental e emocional, pois os animais podem proporcionar companhia, apoio emocional e até mesmo ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade.”, afirmou.
A especialista, que tem uma Rottweiler de quase 3 anos, conta que hoje tem menos contato com o animal pelo fato de ter se tornado mãe.
“Antes da gestação, eu tinha uma proximidade maior com ela. Com nascimento da minha filha e as adaptações da nova rotina, acabei tendo menos momentos de passeio com a Lady. Mas ela sempre está por perto e é parte da família, meu afeto por ela é tão grande que me sinto mal só de pensar em perdê-la”, relata.
“Minha filha é apaixonada pela Lady, mas elas acabam tendo pouco contato, já que a cachorra é bem grande”, completou.

Relações humanas x vínculos com animais
Apesar dos inúmeros benefícios, a psicóloga alerta que a convivência com os pets não pode ser vista como substituição completa dos vínculos humanos.
“É importante considerar que a relação com o animal não deve ser vista como uma substituição completa para as relações humanas. É fundamental manter relações sociais saudáveis e significativas com amigos e familiares”, explicou Andrade.
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Ela destacou, ainda, que em alguns contextos, como no caso de viúvas, casais sem filhos ou mães que não podem engravidar, os animais podem ser um recurso saudável de afeto. Nesses casos, os pets funcionam como companheiros, ajudando a preencher lacunas emocionais e trazendo conforto.
“A relação com um animal de estimação pode ser um recurso saudável de afeto para pessoas que estão passando por situações de perda ou dificuldade. O animal pode ser um apoio emocional e companhia, e também, cuidar de um pet pode ajudar a pessoa a construir um sentimento de propósito e responsabilidade, o que pode ser importante, especialmente para que está passando por uma perda”, disse.
Porém, Andrade ressaltou que o animal não deve ocupar integralmente o lugar de um filho ou parceiro.
“As relações humanas podem proporcionar experiências significativas para crescimento pessoal que a relação com um animal de estimação não consegue suprir. A questão é que nenhuma relação deve ou pode ser substituída. Entretanto, em casos de perda ou impossibilidade de ter um filho, ter a companhia de um pet pode ajudar”, destacou.
Pets como apoio emocional
Além de funcionarem como companhia, os pets também têm papel reconhecido como apoio emocional em tratamentos de saúde mental. A psicóloga explica que a presença de cães, gatos e outros animais pode auxiliar em casos de ansiedade e depressão.
“A presença de um pet melhora o humor e aumento da socialização, porque ter um pode facilitar a interação social, ajudando a reduzir a sensação de isolamento”, finalizou.
No entanto, ela fez questão de frisar que o pet deve ser entendido como um complemento e não como substituto dos cuidados profissionais.
