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Pedido de vista de Rodrigo Guedes gera embate acalorado na Câmara Municipal de Manaus

Discussão sobre projeto que trata de benefícios como auxílio-doença e salário-família expôs divergências entre base governista e oposição
12/11/25 às 12:15h
Pedido de vista de Rodrigo Guedes gera embate acalorado na Câmara Municipal de Manaus

YOUTUBE/CMM

Um pedido de vista por parte do vereador Rodrigo Guedes (PP), gerou embates com os parlamentares de oposição e situação da Câmara Municipal de Manaus (CMM), na sessão plenária desta quarta-feira (12/11).

O texto se trata de um Projeto de Lei, de autoria do Executivo Municipal, capeado pela Mensagem n.º 79/2025, que aborda o auxílio-doença, salário-família e auxílio-reclusão no âmbito do serviço público municipal. Se não houvesse pedido de vista, o texto já seria aprovado pela Casa Legislativa e seguiria para a sanção do prefeito de Manaus David Almeida (Avante).

Por sua vez, Guedes solicitou, que não foi bem aceito pelos vereadores Eduardo Alfaia (Avante) e Raulzinho (MDB), líderes da situação da Casa Legislativa.

O primeiro a falar foi Alfaia, que classificou o momento como “birra, que surgiu para atrasar a aprovação de um projeto crucial para os servidores públicos municipais da capital amazonense, e destacou ainda a importância da aprovação da matéria.

“O vereador está fazendo um pedido de vista meramente protelatório, ou seja, causando um grande risco e um prejuízo em retardar a aprovação dessa matéria a todos os servidores públicos. Eu queria salientar isso, porque nós estamos hoje aqui com essa lamentável birra, ou seja, ir atrasando a aprovação de uma matéria que é extremamente importante. Só para vocês terem ideia, e aí é importante a gente deixar isso bem claro, porque está tratando do auxílio-doença dos servidores públicos municipais. Então, eu queria fazer esse apelo. Para que ele devolvesse essas vistas, porque fazer um pedido de vista de um projeto tão importante quanto esse, de um tema sensível, é quem não está preocupado com os servidores públicos municipais, destoa do discurso que ele sempre vem tendo aqui na tribuna dessa casa, porque o que ele fala é aqueles que votam em algumas matérias aqui, que são traidores, que estão prejudicando os servidores públicos municipais. Diferentemente, ele está hoje aqui fazendo um pedido de vista meramente protelatório, porque não acredito que haverá algum vereador que vote contra isso”, destacou.

Veja:

Em resposta ao parlamentar, Guedes pediu para que o líder do prefeito na Casa vote contra a reforma da previdência.

“Quero até tranquilizar o líder do prefeito, se ele não sabe, já deveria saber, que, independentemente de qualquer coisa, na pior das hipóteses, esse projeto volta na segunda-feira. Então, não há prejuízo a nenhum servidor. E, já que o vereador fez uma proposta para mim, de devolver as vistas, agora eu faço uma proposta também, uma contraproposta para o vereador, líder do prefeito, eu devolvo agora, se vossa excelência votar contra a reforma da Previdência, se diz que se preocupa mesmo com os servidores, vote contra vereador”, disparou.

Assista:

Raulzinho propôs a Guedes retirar o pedido de vistas para que o texto possa ser votado o mais rápido possível, afirmando que os vereadores são comprometidos com os trabalhadores, sem buscar ganhos políticos ou popularidade.

“Eu não teria coragem de maneira nenhuma, de pedir vista num projeto desse para protelar algo que vai beneficiar os trabalhadores. Isso só vem a aclarar a irresponsabilidade, o intuito apenas do discurso populista, do caos e nunca pensando de maneira nenhuma no trabalhador. Quem votou a favor do trabalhador? Foi os homens e não os meninos dessa Casa. Porque houve uma divisão entre dos homens e dos meninos. Eu vou ter a favor do trabalhador, da trabalhadora, e tenho certeza que a garantia dos seus vencimentos e pagamentos, dos que estão aposentados e dos que virão a ser aposentados. Agora eu queria muito que esse vereador tivesse a humildade. Nesse momento, em vez de protelar para segunda-feira, como eu disse que não vai ter nenhum prejuízo, tire a sua vista, não protele, não protele o benefício dos trabalhadores para que a gente possa votar ainda hoje, que é um projeto executivo que vai beneficiar os trabalhadores, em vez de segunda-feira. Temos hoje quarta, quinta, sexta. Então vamos ganhar tempo, não vamos perder tempo. Devolva. (…) Não quero o caos, eu não quero o caos, eu não busco o caos. Eu não quero pagar o preço que lá na frente algum trabalhador ou trabalhadora se aposente e não tem a prefeitura, não tem como pagar. Eu garanti junto com alguns vereadores dessa Casa com responsabilidade, e outra, não pensei em eleição, que é o mais importante. Não pensei em eleição, não sou candidato a nada no que vem. Pensei nos trabalhadores e trabalhadoras, não pensei em likes, ou qualquer que seja. E reuni semana passada com mais de 700 profissionais da educação. E eu posso lhe dar a certeza, que nenhum daqueles vão servir de massa de manobra para qualquer tipo de política, ou discurso populista. Devolva o pedido de vista. Seja humilde, para que a gente possa ganhar tempo e ajudar de verdade os trabalhadores e trabalhadoras”, pontuou.

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Em contrapartida, Coronel Rosses (PL) também se manifestou sobre a discussão, deixando seu ponto de vista como parlamentar de oposição, criticando a “bagunça” na casa legislativa.

“Pô, vamos parar com isso. Realmente foi feita uma crítica agora. Separar o joio do trigo, aliás, o homem dos meninos. Eu não diria que era dos homens dos meninos, não. Eu diria que era dos homens dos fracos. Eu tenho certeza que eu, nem você, somos fracos. Muito pelo contrário. Nós somos fortes e todos os dias onde a gente sai na rua, qualquer um de nós que sai na rua, somos elogiados pela população de Manaus, que só faz com que nós não fortaleçamos para estar aqui. Mesmo que sejam medidas, vamos dizer, complexas, medidas apolíticas, medidas diferentes daquelas manobras que ontem mesmo, antes de ontem mesmo, o líder do prefeito falou que foi feita uma manobra, mesmo agindo da mesma forma, eu digo, são atitudes como essas aqui que podem fazer com que a gente realmente tenha um freio e possa via negociar para que não haja mais bagunça aqui dentro dessa casa, que é isso que a população de Manaus pensa, bagunça”, disse.

Veja o pronunciamento:

Amauri Gomes (UB) criticou a postura de alguns vereadores que, segundo ele, apesar de se autoproclamarem “homens” e defensores dos servidores, não demonstraram coragem para enfrentar os servidores em protesto nem para justificar seus votos na reforma da previdência.

“Ele nos chamou de menino, e ele é o homem da casa, com H maiúsculo, que nem alguns falaram ontem, mas ele não foi homem suficiente para ir peitar o servidor lá fora, quando ele estava aqui fazendo a manifestação, ou não teve sequer a decência de subir naquela tribuna e justificar o voto dele pela reforma da Previdência. Então, chega a ser engraçado o que alguns parlamentares nessa Casa aqui fazem, e agora todo mundo é homem, todo mundo é macho, que nem estão falando aqui. Porém, eu quero que eles peitem o servidor lá fora, quando eles vieram aqui para a votação do segundo turno, já que eles são tão defensores do servidor público, e parabéns pela sua conduta aqui dentro. O senhor tem um apoiador aqui, o senhor tem um aliado aqui dentro dessa casa. Enquanto eu estiver aqui, nós vamos fazer barulho”, disparou.

Matéria vencida

“Esta matéria está vencida, que fique bem claro, isso não vai acontecer novamente”, declarou o presidente da sessão, vereador Jander Lobato (PSD), concedendo a palavra ao vereador Saimon Bessa (UB), que também se posicionou, declarando seu apoio aos servidores municipais.

“Somente para registrar aqui que ele (o projeto de lei) trata sobre auxílio-doença, salário-família, auxílio-reclusão e todos eles destinados aos servidores públicos. Eu quero registrar a todos os servidores públicos que eu jamais iria pedir vistas de um projeto desse. Para protelar, nem que seja uma hora, jamais faria isso. Então, quero até adiantar meu voto. Se fosse segunda, se for hoje, eu jamais pediria uma vista somente para protelar um projeto desse, de tanta relevância para os servidores públicos”, frisou o vereador.

Assista

Everton Assis (UB) pediu bom senso dos colegas para o andamento dos trabalhos.

“Se todos forem colocar ali, se registrarem para falar, a gente vai aqui rasgar mais ainda o regimento interno da casa. Pelo amor de Deus, tenhamos um bom senso. Não dá para a gente ficar aqui rodando em círculo. Matéria vencida, senhor presidente. E aí eu peço a vossa excelência que conduz os trabalhos na forma do regimento. Não dá mais para a gente ficar. Aí todo mundo se inscreve e aí a gente não avança nas matérias. Pelo amor de Deus, pela ordem, é justamente para a vossa excelência fazer valer o regimento da Casa”, pontuou.