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“Reforma da escravidão”, diz Capitão Carpê ao criticar proposta da Previdência para professores

Segundo o parlamentar, vereadores de oposição trabalham para tentar o arquivamento da pauta
12/10/25 às 08:00h
“Reforma da escravidão”, diz Capitão Carpê ao criticar proposta da Previdência para professores

(Foto: Onda Digital)

Em entrevista exclusiva à Rede Onda Digital, o vereador da Câmara Municipal de Manaus (CMM), Capitão Carpê (PL), foi questionado sobre a votação da reforma da Previdência para os servidores públicos. O parlamentar também comentou o caso do colega Rosinaldo Bual (Agir) e expressou sua visão sobre o atual parlamento, especialmente em relação às pautas que atendem às reais necessidades da população.

Para Carpê, o projeto prejudica a vida dos servidores públicos, e por isso, ele o chamou de “PL da escravidão”, em função dos parâmetros estabelecidos na proposta.

“Essa reforma que a Prefeitura Municipal de Manaus está querendo fazer aqui na cidade já recebeu vários apelidos, né? Inclusive, um que eu coloquei foi a ‘reforma da escravidão’, porque é exatamente isso que vai acontecer com você, servidor público municipal”, disse Carpê.


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Onda Digital: Vereador, como o senhor enxerga essa votação do Projeto de Lei para os servidores públicos — especialmente os professores?

Capitão Carpê: Essa reforma que a Prefeitura de Manaus está querendo aprovar já teve vários apelidos, inclusive o que eu chamei de “reforma da escravidão”, porque é exatamente isso que vai acontecer com o servidor público municipal. A Prefeitura, através desse projeto da Reforma da Previdência, quer aumentar o tempo de contribuição em sete anos para as mulheres e cinco anos para os homens. Isso é um absurdo. A Prefeitura quer colocar nas costas dos servidores o equilíbrio das contas previdenciárias do município. Estamos trabalhando para que o projeto seja retirado de pauta, arquivado ou que a Prefeitura apresente uma nova proposta. Algumas emendas já foram apresentadas por vereadores, e nós também apresentaremos uma, justamente para retirar essa obrigatoriedade de aumento de tempo de contribuição. Vamos ver se a base do prefeito vai ou não aprovar essa reforma. É importante lembrar que o Executivo apresenta o projeto, mas quem aprova ou rejeita são os vereadores.

Onda Digital: Como o senhor avalia o atual funcionamento do parlamento municipal? Acredita que os vereadores estão no caminho certo ou deixando de lado as reais necessidades da população?

Capitão Carpê: Dificilmente faço críticas diretas a colegas parlamentares. Acho que cada um tem sua forma de trabalhar. Eu, por exemplo, não deixo que meu mandato seja pautado por outro vereador. É natural que existam debates e divergências dentro de qualquer Casa Legislativa, mas não podemos deixar de lado o interesse da população em favor do Executivo. A principal função de um parlamentar é representar o povo, votar no que é bom para a cidade e defender os cidadãos. Infelizmente, isso nem sempre acontece. Muitos projetos e requerimentos bons para a população são derrubados pela maioria dos vereadores.

Onda Digital: Recentemente tivemos o escândalo envolvendo o vereador Rosinaldo Bual. O senhor, como parlamentar e também policial, acredita que pode haver mais pessoas envolvidas em um possível esquema de rachadinha?

Capitão Carpê: Acredito que seja uma questão isolada e não deve ser generalizada. Tenho certeza de que 99% dos vereadores são pessoas boas. É claro que, em qualquer lugar, há quem siga por outros caminhos. O vereador tem o direito de ampla defesa e contraditório, mas as provas são claras, e a Justiça acatou a prisão. Agora, a Câmara precisa se posicionar. A população cobra isso de nós. Existem mecanismos, como a cassação por quebra de decoro, e, se isso acontecer, meu voto será favorável.

Onda Digital: Há alguma novidade em relação ao seu mandato ou ao Partido Liberal?

Capitão Carpê: Nosso mandato continua muito produtivo. Hoje, representamos cerca de 20% de toda a produtividade da Câmara, com mais de duas mil proposições apresentadas. Temos um projeto importante sobre a Zona Azul, que propõe um tempo de carência de 15 minutos para o motorista não precisar pagar o estacionamento imediatamente. Assim como acontece nos shoppings, o cidadão teria seus direitos garantidos. Afinal, por que na rua, onde há risco de furto ou roubo do veículo, ele não teria essa carência? Estamos lutando para que essa proposta seja aprovada.

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