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Caso Dom e Bruno: Justiça Federal conclui audiência em processo sobre organização criminosa de pesca ilegal

Segundo a PF, a fiscalização conduzida por Bruno Pereira teriam causado grandes prejuízos financeiros ao grupo, o que teria motivado os homicídios
17/10/25 às 20:02h
Caso Dom e Bruno: Justiça Federal conclui audiência em processo sobre organização criminosa de pesca ilegal

Dom Philips e Bruno Pereira desapareceram durante viagem ao município no último domingo (5). Foto: Reprodução

A Justiça Federal do Amazonas encerrou nesta sexta-feira (17/10) a audiência de instrução do processo que apura a atuação de uma organização criminosa ligada à pesca ilegal na Terra Indígena Vale do Javari, no interior do estado. A ação penal foi proposta pelo Ministério Público Federal (MPF), que denunciou nove pescadores suspeitos de integrar o esquema.

Entre os réus estão Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como “Colômbia”, e Amarildo da Costa de Oliveira, apontado como um dos envolvidos nas mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, ocorridas em junho de 2022.

De acordo com as investigações, Colômbia é considerado o líder do grupo, responsável por financiar a pesca ilegal e o tráfico de munições na região do Vale do Javari. Ele também é acusado de mandar matar Bruno e Dom, assassinados no rio Itaquaí, nas proximidades de Atalaia do Norte, no dia 5 de junho de 2022.

Durante a audiência, Colômbia optou por permanecer em silêncio, enquanto os demais réus negarem envolvimento com a organização criminosa ou preferiram não se pronunciar. Segundo a Polícia Federal, as atividades de fiscalização conduzidas por Bruno Pereira teriam causado grandes prejuízos financeiros ao grupo, o que teria motivado os homicídios.

Com o encerramento das oitivas de testemunhas, o processo segue agora para a fase das alegações finais da acusação e da defesa. Depois disso, o juiz responsável deve proferir a sentença.

Quem é “Colômbia”

Rubén Villar, conhecido como “Colômbia”, é de nacionalidade peruana e foi indiciado pela Polícia Federal como mandante dos assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips, em novembro de 2024. Ele também é investigado por tráfico de drogas, pesca ilegal e uso de documentos falsos.

As investigações apontam que Colômbia forneceu munições utilizadas no crime, financiou as atividades do grupo e ajudou a ocultar os corpos das vítimas. A PF concluiu que os assassinatos foram uma retaliação direta às ações de fiscalização lideradas por Bruno na Terra Indígena Vale do Javari.

Preso em flagrante em junho de 2022, quando tentou se apresentar à PF com documentos falsos, Colômbia chegou a obter liberdade provisória quatro meses depois, mediante fiança e uso de tornozeleira eletrônica. No entanto, foi preso novamente em dezembro de 2022, após descumprir as medidas impostas pela Justiça, e hoje cumpre pena em um presídio de segurança máxima.

Segundo a PF, o acusado financiava pescadores ilegais e utilizava carregamentos de peixe para transportar cocaína pela tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia.

(Foto: Divulgação)

O caso Bruno e Dom

Bruno Pereira e Dom Phillips desapareceram em 5 de junho de 2022, durante uma expedição de pesquisa na região do Vale do Javari. Dom, que escrevia o livro “How to Save the Amazon?”, investigava práticas de proteção da floresta e dos povos indígenas.

Os dois foram vistos pela última vez quando viajavam de barco entre as comunidades de São Rafael e Atalaia do Norte. Dez dias depois, seus corpos foram encontrados, a perícia apontou que foram mortos a tiros, e os corpos, esquartejados e enterrados na mata.

Além de Colômbia, respondem pelo crime Amarildo da Costa de Oliveira (“Pelado”), Oseney da Costa de Oliveira (“Dos Santos”) e Jefferson da Silva Lima (“Pelado da Dinha”). Os três foram presos em junho de 2022 e permanecem sob custódia.

Outros quatro pescadores: Eliclei, Amarílio, Otávio e Edivaldo da Costa Oliveira, também foram denunciados por ocultação de cadáver e corrupção de menores, por envolverem um adolescente na ocultação dos corpos.

Atualmente, Amarildo e Jefferson seguem presos, enquanto Oseney responde em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica até a conclusão do julgamento.

*Com informações de g1