Castro pede transferência de 10 detentos do Rio para presídios federais

Os 10 detentos teriam liderado de dentro da cadeia ações que culminaram com o caos na cidade. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, solicitou na noite desta terça-feira (28/10), oficialmente, ao Governo Federal a transferência de 10 presos considerados de alta periculosidade do sistema penitenciário estadual para presídios federais de segurança máxima.
Esses detentos são apontados como líderes que teriam ordenado ações de retaliação e provocaram o aumento da violência após a megaoperação policial contra o Comando Vermelho nos Complexos do Alemão e da Penha, que deixou 64 mortos.
Sigo acompanhando de perto esse dia histórico no combate à criminalidade no Rio de Janeiro.
Acabo de tomar uma decisão importante para o nosso estado, que vai nos ajudar a definir os próximos passos nessa luta. pic.twitter.com/seFOP9JmIu
— Cláudio Castro (@claudiocastroRJ) October 28, 2025
Durante o confronto, quatro policiais foram mortos, outros 15 policiais civis e militares ficaram feridos. Foram apreendidos 93 fuzis, além de 86 prisões de suspeitos, de acordo com o MJSP.
Castro recebeu um relatório das polícias Civil e Penal com os nomes dessas lideranças e pediu as vagas para a transferência imediata como parte de uma estratégia para desarticular o comando criminoso de dentro das prisões.
O governo federal já autorizou a transferência, e há uma articulação entre ministros para discutir medidas conjuntas de inteligência no Rio de Janeiro.
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Pedido de apoio do Planalto
Mais cedo, Castro falou com a ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Gleisi Hoffman, e com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, sobre a operação policial e afirmou que não teve a intenção de criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que suas declarações refletiam apenas a preocupação com as dificuldades enfrentadas pelo estado nas ações de combate ao crime organizado.
A ligação ocorreu poucas horas depois de declarar que o governo federal havia negado apoio ao Rio de Janeiro em operações policiais.
Castro disse que sempre foi muito bem recebido pela ministra Gleisi e o ministro Rui Costa. “Me ofereceu ajuda do governo federal”.
“Eu não acredito que segurança se faz politizando. Então qualquer ajuda que o governo federal quiser dar dentro do que a gente necessita, será bem-vinda”, apontou Castro.
Castro disse que não houve precipitação na ação com a reação dos criminosos. O governador disse que “a ação foi para cumprir mandados judiciais e uma investigação de mais de um ano que estava sendo planejada há 60 dias, inclusive com a presença do Ministério Público estadual. Todos os preceitos da ADPF [Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental] foram cumpridos e nós sabíamos que poderia ter reação dos criminosos da região”.
A operação ainda não terminou. Na noite desta terça, agentes do Bope trocavam tiros com criminosos na área de mata na localidade conhecida como Vacaria, no Complexo do Alemão.
A Rio Ônibus informou que 71 coletivos foram uados como barricadas em vários pontos da cidade ao longo do dia para impedir as ações das forças de segurança do Estado.






