Um vídeo intitulado “Garotas do Job” tem dominado as redes sociais brasileiras nas últimas semanas, alcançando milhões de visualizações e gerando discussões acaloradas sobre trabalho, valorização profissional e a chamada cultura do “hustle” — a busca intensa por sucesso e dinheiro.
Com estética informal e linguagem provocativa, o vídeo apresenta jovens mulheres recebendo pagamento por seus serviços enquanto exaltam o trabalho que realizam como “honesto, bem remunerado e respeitável”.
A produção intercala cenas de celebração e falas que misturam ironia e empoderamento, afirmando que essa seria “a melhor profissão do mundo”, com rendimentos que poderiam chegar a R$ 50 mil por mês.
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Trechos do vídeo destacam frases como:
“O job é conhecido por ser o trabalho honesto mais bem pago do Brasil.”
“Hoje, todas as mulheres do Brasil sonham em ser uma garota do job.”
“Parece mentira, mas garanto que é tudo verdade.”
Apesar do tom exagerado, a proposta tem provocado reflexões profundas, sobretudo entre jovens adultos, que enfrentam instabilidade no mercado de trabalho, alta informalidade e baixos salários.
Especialistas em comunicação avaliam que o sucesso do conteúdo está relacionado ao desejo de autenticidade e reconhecimento. A narrativa de que é possível prosperar financeiramente sem infringir a lei, ainda que envolta em humor ou sarcasmo, encontrou eco em uma geração que busca alternativas à lógica tradicional do emprego formal.
A viralização do “Garotas do Job” remete a fenômenos midiáticos anteriores, como a campanha “Pôneis Malditos” (2011), que também rendeu paródias e reflexões sobre a cultura do trabalho — inclusive com sátiras como “Jobs Malditos”, voltadas ao ambiente das agências publicitárias.