
TV 3.0: Conheça a nova tecnologia que vai mudar a forma de assistir televisão no Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou na quarta-feira (27/8) o decreto que oficializa a TV 3.0 no Brasil, uma iniciativa considerada pelo Ministério das Comunicações como o “futuro da televisão brasileira”. A nova tecnologia promete transformar a experiência de quem acompanha a TV aberta e por assinatura, trazendo imagem em resolução até 8K, som com qualidade de cinema e, pela primeira vez, a integração direta com serviços digitais e interativos.
De acordo com o governo federal, a fase preparatória da TV 3.0 será concluída em 2025 e as primeiras transmissões devem ocorrer até a Copa do Mundo de 2026. A mudança, no entanto, será gradual, com previsão de transição de até 15 anos em todo o território nacional.
O que é a TV 3.0?
A TV 3.0 é a nova geração do sistema de transmissão digital, que vai substituir gradualmente o modelo atual. Diferente da TV Digital lançada em 2007, o novo padrão incorpora a internet ao sinal tradicional, permitindo não apenas qualidade superior de imagem e som, mas também interatividade em tempo real com o espectador.
Segundo o Ministério das Comunicações, o objetivo foi criar um sistema robusto, eficiente e que garanta os mais altos requisitos técnicos de transmissão. O novo padrão dará às emissoras a chance de oferecer conteúdos adicionais sob demanda, como filmes, séries e até mesmo jogos, além de abrir espaço para novos modelos de receita, como compras realizadas diretamente pela televisão.

Principais mudanças da TV 3.0
Entre as novidades anunciadas pelo governo, estão melhorias significativas na qualidade de imagem, som e interatividade. Confira o que muda:
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Resolução de imagem: a TV atual transmite em FullHD (1080×1920 pixels). Com a TV 3.0, a resolução será de 4K (2160×3840 pixels) e poderá chegar a 8K quando conectada à internet.
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Cores e contraste: o novo padrão amplia a capacidade de cores de 16 milhões para mais de 1 bilhão de tonalidades, seguindo recomendações internacionais (ITU-R BT.2020). O contraste será mais realista graças ao High Dynamic Range (HDR), que melhora a diferença entre áreas claras e escuras.
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Taxa de atualização: atualmente limitada a 30 quadros por segundo, passará para 60 quadros por segundo, podendo dobrar com auxílio da internet. Isso garantirá transmissões mais fluidas, especialmente em esportes e filmes de ação.
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Áudio imersivo: a TV 3.0 permitirá até 10 canais de áudio simultâneos, personalizáveis pelo telespectador, oferecendo uma experiência semelhante à de cinema.
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Interatividade: os espectadores poderão participar de enquetes, escolher câmeras em reality shows e jogos de futebol, além de comprar produtos exibidos na tela.
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Interação direta com serviços públicos
Um dos pontos destacados pelo governo é a criação da Plataforma Comum de Comunicação Pública e Governo Digital. A ideia é permitir que, futuramente, o cidadão possa acessar serviços públicos diretamente pela televisão, sem a necessidade de computador ou celular.
Com isso, além de assistir a programas, o telespectador poderá interagir com o poder público, fortalecendo a comunicação entre governo e população.
Preciso trocar de TV para assistir à TV 3.0?
Segundo o Ministério das Comunicações, não será necessário descartar televisores atuais. A implantação ocorrerá de forma gradual e haverá caixas conversoras compatíveis com a nova tecnologia.
Assim como aconteceu durante a migração da TV analógica para a digital, o governo estuda políticas públicas de distribuição de conversores gratuitos para famílias de baixa renda, a exemplo do programa Seja Digital, que auxiliou milhões de brasileiros na transição anterior.
Além dos conversores, soundbars adaptados também poderão ser usados para garantir som imersivo em televisores mais antigos.

A TV 3.0 precisa de internet para funcionar?
A programação aberta tradicional continuará funcionando sem necessidade de conexão à internet. Isso significa que qualquer pessoa poderá assistir gratuitamente aos canais de TV com qualidade 4K, som de cinema e transmissões mais estáveis.
No entanto, para aproveitar os recursos interativos e sob demanda, como enquetes, câmeras alternativas, compras online ou serviços públicos digitais, será necessário conectar o aparelho à internet – o que pode ser feito pelo próprio televisor ou até mesmo por meio de smartphones.
Cronograma de implantação
O processo de implantação da TV 3.0 terá início em 2025 e seguirá um cronograma de transição:
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2025: conclusão da fase preparatória.
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2026: início das primeiras transmissões, com prioridade para as grandes capitais, em tempo para a Copa do Mundo.
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2026 a 2040: expansão gradual para todo o Brasil, com período de convivência entre os sistemas atuais e o novo padrão.
Segundo estimativas do governo, o processo de migração deve levar até 15 anos, garantindo que ninguém perca acesso à TV gratuita durante a transição.
Custos para o consumidor
O acesso ao sinal da TV 3.0 será gratuito, como acontece atualmente com a TV aberta. O custo inicial poderá estar associado apenas ao conversor digital, até que os televisores vendidos no mercado brasileiro passem a vir de fábrica com suporte à nova tecnologia.
O governo reforça que o consumidor não será obrigado a trocar de aparelho imediatamente e que a mudança acontecerá de forma escalonada e acessível.
*com informações de CNN, UOL e Agência Brasil.
