
Justiça mantém Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma preso após audiência de custódia

Após audiência de custódia, o empresário Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma, seguirá preso segundo o Cartório Central da delegacia. A decisão foi tomada na manhã desta quarta-feira (13/8), no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo.
Além do empresário, outras cinco pessoas foram presas nessa terça-feira (12/8) durante a Operação Ícaro, do Ministério Público de São Paulo (MPSP), sobre um esquema de corrupção envolvendo fraude bilionária em créditos de ICMS.
Prisão de Sidney Oliveira
O empresário Sidney Oliveira, fundador da rede de farmácias Ultrafarma, foi preso na manhã desta terça-feira (12/08) durante uma operação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) que visa desarticular um esquema de corrupção envolvendo auditores fiscais da Secretaria da Fazenda do Estado.
Sidney foi detido na chácara dele, localizada em Santa Isabel, na Grande São Paulo.
Esquema bilionário de fraudes tributárias
A investigação conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (GEDEC) aponta que o esquema teria arrecadado cerca de R$ 1 bilhão em propinas desde 2021. Segundo os promotores, o núcleo era comandado por Artur Gomes da Silva Neto, auditor fiscal e supervisor da Diretoria de Fiscalização (DIFIS) da Fazenda estadual, que também foi preso na operação.
Diretor da Fast Shop também é alvo da operação
Além de Sidney, Mario Otávio Gomes, diretor estatutário do grupo Fast Shop, está preso em um apartamento na zona Norte de São Paulo.
Buscas, apreensões e provas
Além das prisões, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços residenciais dos investigados e nas sedes das empresas envolvidas. Em um dos imóveis, localizado em Alphaville, promotores e policiais encontraram dinheiro em espécie e pacotes de esmeralda.

O MP-SP disse que o auditor fiscal manipulava processos administrativos para facilitar a quitação de créditos tributários de empresas. Em troca, recebia propinas mensais por meio de uma empresa registrada em nome de sua mãe.
A operação é resultado de meses de investigação, que incluiu análise de documentos, quebra de sigilos e interceptações telefônicas, todas com autorização judicial.
Crimes investigados
Os investigados poderão responder por corrupção ativa e passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro.
O que diz a Secretaria da Fazenda?
Em nota oficial, a Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) informou que instaurou um processo administrativo para apurar a conduta do servidor envolvido. A pasta também solicitou ao Ministério Público o compartilhamento das informações da investigação.
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Leia a íntegra da nota da Sefaz-SP:
“A Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) está à disposição das autoridades e colaborará com os desdobramentos da investigação do Ministério Público por meio da sua Corregedoria da Fiscalização Tributária (Corfisp).
Enquanto integrante do CIRA-SP – Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos – e diversos grupos especiais de apuração, a Sefaz-SP tem atuado em diversas frentes e operações no combate à sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e ilícitos contra a ordem tributária, em conjunto com os órgãos que deflagraram operação na data de hoje.
Além disso, a Sefaz-SP informa que acaba de instaurar processo administrativo para apurar, com rigor, a conduta do servidor envolvido e que solicitou formalmente ao Ministério Público do Estado de São Paulo o compartilhamento de todas as informações pertinentes ao caso.
A administração fazendária reitera seu compromisso com os valores éticos e justiça fiscal, repudiando qualquer ato ou conduta ilícita, comprometendo-se com a apuração de desvios eventualmente praticados, nos estritos termos da lei, promovendo uma ampla revisão de processos, protocolos e normatização relacionadas ao tema.”
*com informações do G1