O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), anunciou ontem que cidade doará à família do congolês assassinado Moïse Kabagambe os dois quiosques vizinhos onde ele trabalhou na orla da Barra da Tijuca, e onde foi assassinado no dia 24. Porém, ao menos para um deles, o processo não será tão fácil.
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Segundo revelou reportagem do UOL, o dono do quiosque Biruta, o aposentado Celso Carnaval de 81 anos, afirmou que não pretende deixar o espaço. “Não vou sair. Estive conversando com algumas pessoas e a orientação que tive é deixar rolar. Estou naquele ponto desde 1978 e não pretendo abandoná-lo”, disse Carnaval.
No ultimo julho, a concessionária Orla Rio que administra quiosques, entrou com ação de reintegração de posse na justiça, mas ainda não houve decisão no processo. A Orla Rio alega que o quiosque tem dívidas de aluguéis e encargos que ultrapassam R$ 49 mil, falta de registro de funcionários, condições sanitárias precárias e cessão irregular a terceiros.
De fato, o estabelecimento estava sendo administrado, na época do crime, por Viviane de Mattos Faria, irmã do cabo da polícia militar Alauir de Mattos Faria. Carnaval afirmou que colocou Viviane, de quem é amigo, para trabalhar no quiosque para ajudá-la com dificuldades financeiras, e que não sabia que o irmão dela é policial. Mas o advogado do PM Faria, Lennon Correia, afirmou ao Estadão Conteúdo que seu cliente e o dono do quiosque são amigos. O PM prestou depoimento à Delegacia de Homicídios e Sequestros sobre o caso, e pelas investigações, não há indicio do seu envolvimento com a morte de Moïse.
O outro quiosque, chamado Tropicália, já foi cedido imediatamente à família do congolês.
Com informações do UOL.