A polêmica envolvendo o padre Fábio de Melo e o ex-gerente de uma loja da Havanna em Joinville (SC) ganhou novos desdobramentos no âmbito da Igreja Católica. O religioso foi formalmente denunciado ao Vaticano, segundo informações do jornalista Ricardo Feltrin.
De acordo com a apuração, um bispo da região enviou uma queixa à Congregação para a Doutrina da Fé, órgão responsável por analisar condutas de membros do clero. A motivação seria “a suposta postura do padre, considerada por fiéis e integrantes da Igreja como “incompatível com os princípios cristãos”, durante o episódio que levou à demissão do gerente Jair José Aguiar da Rosa.
Fontes ligadas à investigação apontam que, apesar do registro da denúncia, o caso está sendo tratado como uma questão disciplinar interna, sem expectativa, neste momento, de punições severas. Contudo, o episódio pode gerar anotações no registro e advertências internas.
Procurada, a Arquidiocese de Joinville declarou não ter conhecimento sobre a denúncia encaminhada ao Vaticano. A Arquidiocese de Florianópolis também afirmou não ter informações sobre o caso.
Entenda o caso
A confusão começou no último dia 10 de maio, quando o padre visitou a cafeteria e percebeu que o valor cobrado no caixa por dois potes de doce de leite era maior que o anunciado na prateleira. Ao reclamar, segundo ele, foi tratado com “grosseria” pelo gerente.
O padre gravou um vídeo reclamando do atendimento e citando o Código de Defesa do Consumidor, que viralizou nas redes sociais. Dois dias depois, a empresa se desculpou publicamente, reconheceu o erro no preço e anunciou a demissão do gerente.
Porém, Jair negou ter interagido diretamente com o padre e alegou que a versão divulgada distorceu os fatos. No fim de maio, ele decidiu processar tanto o padre quanto a cafeteria. A ação trabalhista mira a empresa, enquanto a cível é direcionada a Fábio de Melo, segundo confirmou o Sindicato dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (Sitratuh).
O advogado do ex-gerente, Eduardo Tocilo, informou que ambos os processos estão em andamento. Segundo ele, a Havanna teria tentado “se proteger da repercussão pública transferindo toda a responsabilidade ao funcionário”.
(*)Com informações do Metrópoles