A jornalista e escritora Míriam Leitão foi eleita nesta quarta-feira (30/4) para integrar o quadro de imortais da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ela ocupará a cadeira número 7, vaga desde a morte do cineasta Cacá Diegues, em fevereiro deste ano, e que tem como patrono o poeta Castro Alves.
Comentarista política do Grupo Globo, Míriam recebeu 20 votos dos acadêmicos e superou o ex-ministro da Educação Cristovam Buarque, que ficou com 14 votos. A votação foi realizada de forma eletrônica.
Com sua eleição, Míriam torna-se a 12ª mulher a entrar para a ABL em seus 127 anos de existência e a segunda a assumir a cadeira 7 – a primeira foi a escritora Dinah Silveira de Queiroz.
“Míriam tem uma atuação intelectual ampla, que vai do jornalismo à literatura, e aborda temas fundamentais como democracia, meio ambiente, questões raciais e sociais. A ABL reconhece esse compromisso com o país”, afirmou Merval Pereira, presidente da instituição.
Natural de Caratinga (MG), Míriam nasceu em 1953 e é filha de educadores. Começou a carreira no Espírito Santo e trabalhou em diversas cidades até se fixar no Rio de Janeiro, em 1986. Desde 1991, integra o Grupo Globo, onde atua como colunista no jornal O Globo, comentarista da GloboNews, da rádio CBN e da TV Globo.
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Além do jornalismo, Míriam construiu uma sólida carreira literária, com 16 livros publicados entre obras de não ficção, romances, crônicas e títulos infantojuvenis.
Sua trajetória também é marcada pela militância política: em 1972, aos 19 anos e grávida, foi presa pela ditadura militar, acusada com base na então vigente Lei de Segurança Nacional.
A eleição para a ABL reforça o reconhecimento a uma carreira dedicada ao pensamento crítico, à defesa da democracia e à produção intelectual brasileira.