Uruguai e Chile anunciaram, neste sábado (17/05), a suspensão das importações de frango do Brasil como reação ao primeiro caso de gripe aviária registrado em uma granja comercial no país. A medida segue decisões similares tomadas na sexta-feira (16/05) por China, União Europeia (UE) e Argentina, ampliando a lista de países que impõem restrições à carne de frango brasileira.
O foco do surto foi identificado em uma granja localizada no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. A unidade abriga mais de 17 mil aves conhecidas como “galinhas matrizes”, que produzem ovos férteis utilizados na reprodução de aves para fins comerciais. Como resposta imediata, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) suspendeu as exportações de carne de frango oriundas do estado gaúcho.

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O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que, apesar das suspensões, alguns países podem restringir apenas as importações provenientes do Rio Grande do Sul. Ele citou Japão, Emirados Árabes Unidos, Filipinas e Arábia Saudita como possíveis exemplos dessa abordagem seletiva.
A confirmação da gripe aviária levanta preocupações sobre o impacto no preço da carne de frango e dos ovos no mercado interno. A experiência dos Estados Unidos serve de alerta: desde 2022, o país enfrentou uma grave crise sanitária que afetou 170 milhões de aves em 783 granjas comerciais, resultando em uma escalada expressiva dos preços, principalmente dos ovos.

Contudo, especialistas brasileiros ponderam que, no momento, não há motivos para alarme em relação aos preços no Brasil. O aumento nos valores só deve ocorrer caso a doença se espalhe para outras regiões produtoras, o que poderia comprometer o abastecimento nacional e gerar inflação no setor de proteína animal.