Funcionária de farmácia é vítima de racismo em 1º dia de trabalho: “Tá escurecendo nossa loja”

Foto: Reprodução
A rede de farmácias Raia Drogasil foi condenada, segundo o G1, por danos morais sofridos pela ex-funcionária Noemi Ferrari, em 2018. Em vídeos divulgados nas redes sociais, nos últimos dias, mostram o momento em que a mulher foi vítima de racismo, em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo.
“Essa daqui é a Noemi, nossa nova colaboradora. Fala um oi, querida. Tá escurecendo a nossa loja? Tá escurecendo. Acabou a cota, tá? Negrinho não entra mais”, diz uma mulher aos risos.
Ainda em vídeo, a funcionária diz: “Nossa, vai ficar no caixa? Que incrível. Vai tirar lixo? Que incrível. Paninho também, passar no chão? Ah… E você disse sim, né?”.
Veja o vídeo:
A mulher recebeu R$ 56 mil de indenização. Ao G1, ela contou que hoje, após sete anos, conta com apoio de especialistas para vencer os traumas.
“Hoje eu estou bem, graças a Deus. Ir para a igreja, ter uma rede de apoio, estar com pessoas que eu amo, isso tem me feito bem. Minha psicóloga e meus advogados estão me apoiando bastante”, disse.
A vítima também revelou que, com o valor, deu entrada num apartamento.
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Nota da Raia Drogasil
“Lamentamos profundamente o episódio que ocorreu em 2018. Reiteramos o compromisso da RD Saúde com o respeito, a diversidade e a inclusão. Nossa empresa não compactua com nenhum tipo de discriminação. Diversidade e respeito são valores primordiais.
Temos investido de forma consistente em desenvolvimento de carreiras e iniciativas de promoção e de equidade racial. Em 2024, encerramos o ano com mais de 34 mil funcionários pretos e pardos e nos orgulhamos de ter atualmente 50% das posições de liderança ocupadas por pessoas negras, resultado direto de programas estruturados de inclusão e valorização. Nosso propósito é continuar investindo em ações concretas para garantir ambientes de trabalho diversos e inclusivos e contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária”.
*com informações de G1
