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Ex-presidente do INSS preso em operação da PF recebia até R$ 250 mil em propina; veja como funcionava esquema

Stefanutto recebia os valores através de diversas empresas, entre elas, pizzarias
13/11/25 às 17:29h
Ex-presidente do INSS preso em operação da PF recebia até R$ 250 mil em propina; veja como funcionava esquema

(Foto: reprodução)

A investigação feita pela Polícia Federal (PF) apontou que Alessandro Stefanutto, ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), recebia até R$ 250 mil por mês em propina de um esquema que fraudava descontos em aposentadorias e pensões. Ele foi preso nesta quinta-feira (13/11) durante uma operação que investiga desvios bilionários envolvendo a Conafer, entidade conveniada ao INSS.

Segundo a PF, a Conafer usava autorizações falsificadas para aplicar descontos indevidos em aposentados. O acordo que permitiu a atuação da entidade foi firmado com o INSS em 2017, e Stefanutto seria peça-chave para manter o esquema funcionando. Documentos enviados ao STF mostram mensagens interceptadas, planilhas e ordens de repasses sem comprovação que reforçam a suspeita de que ele recebia pagamentos mensais por meio de empresas e de uma pizzaria.

A PF estima que mais de R$ 640 milhões foram desviados pela Conafer entre 2017 e 2023, sem contar outras entidades também investigadas. O esquema envolvia falsificação de fichas de filiação, dados fraudulentos nos sistemas do INSS e lavagem de dinheiro por empresas de fachada.


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A operação também envolve o ex-ministro da Previdência Ahmed Mohamad Oliveira (ex-José Carlos Oliveira). Os investigadores dizem que ele autorizou repasses ilegais quando atuava como diretor de benefícios do INSS e, mais tarde, como ministro. Uma planilha apreendida cita pagamento de R$ 100 mil a “São Paulo Yasser”, apelidos atribuídos a ele. Mensagens de WhatsApp também mostrariam agradecimentos por repasses.

A PF afirma que Ahmed liberou irregularmente R$ 15,3 milhões para a Conafer sem exigir comprovação das filiações necessárias. Essa decisão teria permitido que a entidade ampliasse a fraude, alcançando mais de 650 mil benefícios.

As investigações da PF e da CGU apontam que o esquema total, envolvendo várias entidades, pode ter desviado R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.

Foram presos nesta quinta-feira

  • Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS
  • Antônio Carlos Antunes Camilo, o “Careca do INSS”
  • André Paulo Felix Fidelis, ex-diretor do INSS
  • Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, ex-procurador-geral do INSS
  • Thaisa Hoffmann, empresária
  • Vinícius Ramos da Cruz, presidente do Instituto Terra e Trabalho
  • Tiago Abraão Ferreira Lopes, diretor da Conafer
  • Cícero Marcelino de Souza Santos, empresário ligado à Conafer
  • Samuel Chrisostomo do Bonfim Júnior, também ligado à Conafer

*Com informações do G1.