Dani Calabresa recentemente comentou a condenação do seu colega de profissão Léo Lins, sentenciado a 8 anos e 3 meses de prisão em regime fechado, além de multa, por piadas consideradas discriminatórias contra pessoas com deficiência, nordestinos e outros grupos, contadas durante o seu show de humor.
Em entrevista, Dani destacou o talento técnico de Léo no stand-up, mas criticou o caminho que ele escolheu para sua carreira.
“Eu conheço o Léo há muito tempo e ele manda muito bem no stand-up. Ele é um cara muito engraçado. E a estrutura de um stand-up bom é diferente de só escrever umas histórias divertidas. Ele é um superprofissional”, elogiou Dani, mas sem deixar de se posicionar sobre o estilo adotado pelo colega.
“Ele decidiu ir para um caminho incorreto, não sei nem definir o humor que ele faz. Tem público, e o Léo escolheu isso. Ele quer ir na contramão, eu acho que ele quer testar o limite do humor. Eu não consigo passar pano para o conteúdo dele. Eu não quero nenhum ataque a minorias, discurso de racismo… não dá”
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Mesmo não concordando com o tipo de humor feito por Leo Lins, Dani deixou claro que não concorda com a decisão judicial de aplicar pena de prisão.
“Mas não dá para prender um comediante por piada”, analisou a humorista. “Primeiro é: ele não pode ser preso por um show. Essa não é a solução. Isso eu acho ruim, perseguir artista, acho preocupante. Mas eu acho que tem uma zona nebulosa entre a nossa liberdade artística e nossa responsabilidade” refletiu a moça.
A humorista ainda lamentou a situação: “Fico triste. A gente nunca quer que aconteça isso, ainda mais porque eu o conheço, sei que ele é um cara legal.”
Na sentença, a Justiça Federal destacou que, embora as piadas tenham sido feitas em um contexto artístico, a liberdade de expressão não é absoluta e deve respeitar princípios como a dignidade da pessoa humana e a igualdade. A decisão apontou que os conteúdos publicados por Léo nas redes sociais ultrapassaram os limites do humor, ao incentivar preconceito e discriminação contra grupos historicamente vulneráveis.
O caso gerou ampla repercussão no meio artístico e jurídico, reacendendo o debate sobre os limites entre humor, liberdade de expressão e discurso de ódio.
(*)Com informações da CNN Brasil