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Homem que estuprou e matou mulher e 3 filhas é condenado a 225 anos de prisão; relembre o caso

Homem que estuprou e matou mulher e 3 filhas é condenado a 225 anos de prisão; relembre o caso

Foto: TJMT

Gilberto dos Anjos foi condenado a 225 anos de prisão pelos crimes de estupro, estupro de vulnerável e feminicídio, na manhã desta quinta-feira (7/8). As vítimas são Cleci Cardoso, de 46 anos, e as filhas dela, Miliane Cardoso, de 19 anos, uma adolescente de 13 e uma criança de 10 anos, em novembro de 2023, em Sorriso, no Mato Grosso.

A sentença foi proferida e assinada pelo juiz Rafael Depra Panichella após cerca de 10 horas de julgamento. A condenação inicial é para o regime fechado.

Detalhes da pena

O homem foi condenado por feminicídio triplamente qualificado e estupro de vulnerável, com decisão dos jurados, em relação às três vítimas. Já em relação à criança de 10 anos, pelos crimes de feminicídio e inclusão de cinco qualificadoras.

O promotor de justiça Luiz Fernando Rossi Pipino disse, em um trecho marcante do julgamento, que o homem planejou o crime com cautela.

“O réu monitorou a rotina da família (mulheres, horários, etc), estudou a residência (rota de entrada, desvio dos cães bravos, etc) e executou o plano diabólico com frieza e precisão”, disse ele em uma apresentação.

O que disse a acusação?

No dia do crime, segundo o promotor, o homem andou sobre o muro até chegar à janela do lavabo. Os cães das vítimas teriam tentado o alcançar no muro, mas não conseguiram. No banheiro da casa, foram encontradas marcas do chinelo do condenado na tampa do vaso sanitário, onde ele pisou após pular pela janela.

O promotor disse ainda que a mãe estava na cozinha quando se deparou com Gilberto. Segundo ele, a mulher lutou pela vida, suportando “muita dor e sofrimento”. Ela teria tentado abrir a porta para que os cães entrassem ou que vizinhos pudessem ouvir os pedidos de socorro, mas não conseguiu.

Após ouvirem os gritos, as duas filhas mais velhas tentaram ajudar a mãe, mas não conseguiram lutar contra o homem, que as esfaqueou. Depois dos ferimentos, elas ainda tentaram fugir, mas já estavam muito machucadas.

“Ele [Gilberto] subtraiu 229 anos de vida, ele não permitiu que essas meninas chegassem à adolescência, à vida adulta e continuassem a alimentar de amor a casa da vovó. Ele [Gilberto] não permitiu que o Regivaldo pudesse comemorar agora no dia dos pais. Nenhuma pena será justa (…) O mínimo que a sociedade espera é que a condenação seja tão justa para que ele permaneça trancafiado pelos próximos 38 anos, porque dois ele já cumpriu”, disse o promotor.

O que alegou a defesa?

Já o defensor público Ewerton Nóbrega, disse que o objetivo não era “competir” e sim “garantir um julgamento justo”.

Na fala, ele divergiu sobre três crimes sexuais. Alegou que o crime seria considerado vilipêndio ao cadáver, cuja pena é consideravelmente menor.

Após a fala, o advogado da família das vítimas, Conrado Pavelski Neto, rebateu afirmando que, na delegacia, o condenado disse que, no momento dos estupros, as vítimas “se contorciam”, o que seria a prova de que elas estavam vivas.

O condenado. Foto: Divulgação

Participaram do julgamento, como jurados, sete pessoas, de 400 aptos para o sorteio.


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Relembre o caso

O crime aconteceu entre a noite de 24 de novembro e a madrugada de 25, de 2023. Porém, somente três dias depois foi descoberto pela polícia, quando os corpos foram encontrados na casa da família, no Bairro Florais da Mata, em Sorriso. O pai das meninas e esposo da mulher havia viajado no momento do crime.

Local onde as vítimas foram encontradas mortas, em Sorriso. — Foto: TV Centro América

A Polícia Civil disse, na época, que três das quatro vítimas foram degoladas e tinham sinais de abuso sexual. Já a criança teria sido morta por asfixia.

O que disse o criminoso?

Após a prisão, o condenado deu detalhes do crime e disse que invadiu a casa das vítimas pela janela do banheiro para roubar, mas que a mãe e ele se envolveram em uma briga. Depois, atacou as filhas mais velhas.

Ainda no depoimento, ele confessou que matou todas as mulheres.

Após o crime, ele voltou para a obra onde trabalhava, ao lado da residência, tirou as roupas sujas de sangue e as jogou em um contêiner.

*com informações do Metrópoles e G1