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Em carta, jovem morto por leoa falou sobre sonho de emprego e desejo de ver a mãe

O conteúdo da carta veio a público por meio da conselheira tutelar Verônica Oliveira
18/12/25 às 08:48h
Em carta, jovem morto por leoa falou sobre sonho de emprego e desejo de ver a mãe

(Foto: Reprodução)

Gerson de Melo Machado, conhecido como Vaqueirinho, escreveu em uma carta de Natal que o seu “desejo do coração” era receber a visita da mãe “para ter carinho e amor” e conseguir um emprego como veterinário. O jovem morreu no mês passado, aos 19 anos, após invadir o recinto de felinos do Parque Zoobotânico Arruda Câmara, a Bica, em João Pessoa, na Paraíba.

O conteúdo da carta veio a público por meio da conselheira tutelar Verônica Oliveira. No texto, Gerson expressa carência afetiva e esperança ao escrever: “Eu queria ter uma grande felicidade que eu nunca tive, mas, como Deus é maior, um dia irei ter. Eu queria ter a visita da minha mãe para ter carinho e amor”.

Em outro trecho, ele menciona seus planos profissionais, de atuar como policial florestal ou veterinário. No texto, Gerson também agradece pela oportunidade de estar privado de liberdade e cita profissionais que estariam auxiliando em seu processo de recuperação.


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Verônica relatou ter recebido a carta em um grupo e fez um desabafo ao comentar as “impossibilidades” que marcaram a vida de Gerson, diagnosticado tardiamente com esquizofrenia. “Gerson não desejou nada material, não desejou nada impossível, mas parece que a vida dele foi feita de impossibilidades. Como doeu ler essa carta cheia de significados e recados. Espero que aqueles que jogaram Gerson na ‘Cova dos Leões’ leiam e consigam dormir…”, escreveu.

A morte de Gerson revisitou um histórico de extrema vulnerabilidade social, transtornos mentais sem acompanhamento adequado e diversas passagens pela polícia. A delegada Josenice de Andrade Francisco afirmou que o jovem acumulava 16 registros, a maioria relacionada a danos e pequenos furtos.

Segundo a delegada, os transtornos mentais de Gerson eram evidentes. Na última vez em que ele foi levado à Central de Flagrantes, houve solicitação de internação psiquiátrica. “Acredito que o pedido não chegou a ser apreciado”, declarou.

Policiais que tiveram contato direto com o jovem relataram que ele repetia com frequência o desejo de viajar para a África e cuidar de leões, sonho que reforçava sua identificação com animais e a vontade de trabalhar na área ambiental.

*Com informações do Metrópoles