Avião vindo da Venezuela é destruído após pouso em pista clandestina na Terra Yanomami

(Foto: FAB/Divulgação)
Um avião vindo da Venezuela, suspeito de estar a serviço do tráfico de drogas, foi destruído após entrar irregularmente no espaço aéreo brasileiro e pousar em uma pista clandestina na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, na manhã de quarta-feira (19/11). O piloto conseguiu fugir pela mata após o pouso e ainda não foi localizado.
De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), a aeronave cruzou a fronteira por volta das 7h, sem plano de voo, sem informar rota e sem estabelecer qualquer tipo de comunicação com os órgãos de controle. Diante das irregularidades, o avião passou a ser classificado como “aeronave suspeita”, classificação utilizada em casos ligados a possíveis ações de organizações criminosas.
Caças da FAB fizeram tiros de aviso
Após a identificação pelos radares, o Comando de Defesa Aeroespacial acionou caças para realizar a interceptação. Segundo a FAB, os pilotos seguiram o protocolo padrão: tentaram contato em diferentes frequências, buscaram confirmar a identidade da aeronave e ordenaram que o piloto seguisse para um aeródromo previamente indicado.
Como não houve resposta, foram realizados tiros de aviso na tentativa de obrigar o avião a cumprir as determinações. Mesmo assim, o piloto ignorou as ordens e manteve o voo em direção ao território Yanomami. Diante da persistente recusa, a aeronave foi reclassificada como “hostil”.
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Pouso em Surucucu e fuga do piloto
O avião só pousou ao chegar à região de Surucucu, em uma pista clandestina de terra, já dentro da Terra Indígena Yanomami. Militares foram enviados ao local em um helicóptero, mas, quando desembarcaram, o piloto já havia abandonado a cabine e fugido em direção à mata.
No local, as equipes encontraram a aeronave com matrícula adulterada, reforçando a suspeita de uso por organizações criminosas ligadas ao tráfico de drogas e ao garimpo ilegal na região. Em seguida, militares do Comando Conjunto Catrimani II, que atua em operações na área, realizaram a destruição do avião.
Ação segue protocolo de proteção da Amazônia
As forças responsáveis pela operação afirmaram que toda a ação seguiu os protocolos previstos para a proteção do espaço aéreo brasileiro, sobretudo em áreas sensíveis da Amazônia, como a Terra Indígena Yanomami, alvo frequente de garimpo ilegal e outras atividades criminosas.
A destruição da aeronave, segundo a FAB e o comando militar que atua na região, tem como objetivo enfraquecer a logística do crime organizado, dificultando o transporte de drogas, armas, dinheiro e suprimentos usados em operações ilegais dentro do território indígena.
Até o momento, o piloto não foi localizado, e as investigações seguem para apurar quem são os responsáveis pelo voo, qual seria a carga transportada e como a aeronave foi articulada para entrar no Brasil a partir da Venezuela.






