Anvisa aciona autoridades internacionais para trazer antídoto do metanol para o Brasil

(Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acionou autoridades reguladoras internacionais para viabilizar a chegada ao Brasil de um antídoto contra a intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas. O país já registrou 59 casos, sendo 11 confirmados em laboratório e outros 48 ainda em investigação.
O medicamento em questão é o fomepizol, considerado essencial no tratamento da intoxicação. No entanto, o produto não possui registro sanitário no Brasil, o que levou a Anvisa a buscar fornecedores no exterior. Para isso, a agência já consultou formalmente autoridades dos Estados Unidos, Argentina, União Europeia, México, Canadá, Japão, Reino Unido, China, Suíça e Austrália, solicitando autorização para comercialização.
A fim de acelerar a disponibilidade do antídoto no Sistema Único de Saúde (SUS), a Anvisa publicou um edital direcionado a fabricantes e distribuidores internacionais que possam fornecer o medicamento imediatamente ao Ministério da Saúde.
Paralelamente, a agência tem oferecido suporte técnico à Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância Sanitária para análises de amostras suspeitas de contaminação. Até o momento, três laboratórios foram designados com capacidade para realizar os exames: o Lacen/DF, o Laboratório Municipal de São Paulo e o INCQS/Fiocruz.
Em caráter emergencial, a Anvisa também identificou mais de 600 farmácias de manipulação aptas a preparar etanol em grau de pureza adequado para uso médico. De acordo com a agência, esse etanol pode ser utilizado como alternativa terapêutica ao fomepizol caso seja necessário.
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Ministério da Saúde cria sala de situação
Diante da gravidade do cenário, o Ministério da Saúde instalou uma sala de situação para monitorar os casos de intoxicação por metanol e coordenar as ações estratégicas. A equipe técnica da sala será responsável por analisar informações, caracterizar o estado de saúde da população afetada, além de planejar, organizar e controlar as medidas necessárias.
A sala terá caráter extraordinário e permanecerá ativa enquanto o risco sanitário persistir. O Ministério da Justiça e Segurança Pública associou as ocorrências ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas, reforçando a necessidade de vigilância e medidas preventivas para conter a crise.
