A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o medicamento Kisunla (donanemabe), da farmacêutica Eli Lilly do Brasil, para o tratamento de Alzheimer em sintomas iniciais. Essa é a primeira medicação aprovada que promete retardar a progressão da doença em adultos sintomáticos.
O Kisunla atua sobre as placas amiloides, cujo acúmulo no cérebro é considerado uma das principais causas do mal de Alzheimer. A medicação promove a remoção das placas amiloides, retardando o avanço da doença e, consequentemente, a perda da cognição e da memória. Ele é um medicamento injetável, administrado uma vez por mês
O tratamento é indicado para pacientes com comprometimento cognitivo leve e demência leve relacionados à doença. No entanto, o medicamento não é indicado para pacientes heterozigotos ou não portadores de um gene específico chamado apolipoproteína E ε4 (ApoE ε4) — situação identificada por exames genéticos.
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O medicamento Kisunla
Além da Anvisa, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, também aprovou o medicamento em julho do ano passado. No entanto, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) recusou a autorização de comercialização do Kisunla na União Europeia neste ano.
A reprovação da EMA está relacionada a um efeito colateral do medicamento chamado ARIA (anormalidades de imagem relacionadas à amiloide), detectado por ressonância magnética. Quando ocorre, ele é caracterizado como um inchaço temporário em uma ou mais áreas do cérebro. Em eventos raros, podem ocorrer áreas maiores de sangramento no cérebro. Segundo a fabricante Lily, a ARIA, geralmente, se resolve com o tempo.
Luiz Magno, diretor médico sênior da Lilly do Brasil, em comunicado à imprensa, afirmou:
“Estamos vivendo um momento único na história da neurociência. Depois de mais de trinta e cinco anos de pesquisa da Lilly, finalmente temos o primeiro tratamento que modifica a história natural da doença de Alzheimer aprovado no Brasil. Claro, esse é um marco para nós como companhia e para a ciência, mas principalmente para as pessoas que vivem com a doença de Alzheimer e seus familiares – que há anos buscam por mais esperança. Essa é nossa missão, transformar vidas”.
O medicamento ainda precisa passar pelo processo de precificação junto à Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), da Anvisa. Ainda não há data definida para a comercialização do Kisunla no Brasil.
Com informações de CNN Brasil.