Hoje, dia 28, foi divulgado o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública que compilou dados da violência entre os anos de 2019 e 2021. De acordo com o estudo, a Amazônia possui 13 das 30 cidades mais violentas do Brasil.
O estudo elaborou o ranking usando como referência o índice de mortes a cada 100 mil habitantes. Neste ano, a novidade foi a inclusão de municípios pequenos, com um cálculo proporcional relacionando a quantidade de moradores e as mortes violentas intencionais, incluindo homicídio doloso, latrocínio (roubo seguido de morte), lesão corporal seguida de morte e assassinatos em ações da polícia.
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Das 30 cidades mais violentas do país, há 19 rurais, oito intermediárias e três urbanas. O Pará é o estado que lidera o ranking (7 cidades), seguido de Bahia e Rio Grande do Norte (5 cidades cada um) e Ceará (4 cidades).
De acordo com Renato Lima, presidente do Fórum:
“Com três anos, dá para dizer que a violência está presente no território. E é a média dos últimos três anos, não algum episódio pontual. Nem países em guerra têm essa taxa. O fenômeno da violência está se interiorizando para municípios com menos de 100 mil habitantes. E a Amazônia é a síntese desse quadro de violência extrema no Brasil”.
No ano passado, o Brasil registrou 47,5 mil mortes violentas e a taxa chegou a 22,3 mortes para cada 100 mil habitantes — uma queda de 6,5% em relação a de 2020 (23,8, quando houve registro de 50,4 mil assassinatos). Trata-se do menor índice da série histórica, iniciada em 2011. No entanto, a região Norte é a única do país em que, na contramão, o índice tem crescido: 9% de aumento em relação ao ano passado, com o Amazonas sendo o estado com crescimento mais acentuado. O relatório é publicado justamente no mesmo mês em que foram assassinados o indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, num crime que alcançou repercussão mundial.