Alvarás falsificados permitem fuga de quatro detentos em presídio de Belo Horizonte

(Foto: reprodução)
Quatro presos deixaram o sistema prisional de Minas Gerais no último sábado (20/12) após apresentarem alvarás de soltura falsificados e saírem pela porta da frente do Ceresp Gameleira, em Belo Horizonte. Até a noite desta terça-feira (23/12), apenas um dos fugitivos havia sido localizado e recapturado.
A fuga ocorreu dez dias após os quatro darem entrada na unidade prisional e, segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), foi resultado de uma fraude coordenada por um hacker preso no início de dezembro, suspeito de integrar uma quadrilha especializada em manipular sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
De acordo com as investigações, o grupo utilizava credenciais obtidas de forma ilícita, vinculadas a magistrados, para inserir decisões falsas no Banco Nacional de Mandados de Prisão. As informações eram então repassadas ao sistema estadual, permitindo a liberação irregular de detentos. Os quatro fugitivos também haviam sido presos na mesma operação que desarticulou a organização criminosa.
A Justiça identificou como envolvidos Ricardo Lopes de Araújo, Wanderson Henrique Lucena Salomão, Nikolas Henrique de Paiva Silva e Júnio Cezar Souza Silva. Júnio Cezar foi recapturado na noite de segunda-feira (22/12). Os outros três seguem foragidos.
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O TJMG informou que todas as ordens judiciais fraudulentas foram detectadas e anuladas em menos de 24 horas. Mandados de prisão já foram expedidos contra os fugitivos, e forças de segurança estaduais e federais foram acionadas para localizá-los.
Em nota, o CNJ negou qualquer invasão aos seus sistemas e afirmou que o episódio envolveu o uso indevido de credenciais legítimas, obtidas ilegalmente. O órgão ressaltou que não houve violação estrutural das plataformas judiciais.
Diante do caso, o vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (PSD), anunciou que o estado passará a retardar o cumprimento de alvarás de soltura para permitir a verificação da autenticidade das ordens judiciais.
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que abriu apuração administrativa e criminal e que as investigações seguem em andamento para esclarecer as circunstâncias da fraude e recapturar os foragidos.
*Com informações do G1






