O governador Wilson Lima (União Brasil) entregou, nesta segunda-feira (08/04), a primeira licença ambiental para instalação do Projeto Potássio Autazes, no município a 113 quilômetros de Manaus. O Governo do Amazonas destrava assim um processo que estava em andamento há 15 anos e que, espera-se, incentivará o desenvolvimento econômico no interior do estado.
Já na fase de instalação da atividade, devem ser gerados de forma direta 2,6 mil postos de trabalho, na fase de operação da Mina de Silvinita, que será a maior do país. No total, a nova matriz econômica vai proporcionar mais de 17 mil postos de trabalhos diretos e indiretos no estado quando estiver em operação.
Em seu pronunciamento, Lima afirmou:
“A implantação de uma atividade como essa gera indicadores sociais, qualidade de vida para os indígenas, oportunidade de trabalho, de emprego, de renda, avanço no saneamento, no abastecimento de água, asfaltamento de ramais, educação, saúde, enfim, aquilo que é importante para que se possa ter um lugar melhor para se viver”.
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Ele também destacou a importância do empreendimento para o povo Mura, que vive na região, e ressaltou que as terras indígenas na região serão preservadas.
A licença foi concedida à empresa Potássio do Brasil, responsável pelo projeto, que anunciou a descoberta em 2010, após obter autorização para prospectar a área. Para conceder a licença, o Governo do Amazonas considerou todas as condicionantes ambientais vigentes. Segundo o projeto, a exploração do potássio no Amazonas será uma das mais verdes do mundo, incluindo o baixo carbono emitido na operação.
O potássio é matéria-prima para a produção de fertilizantes e, com produção realizada no Amazonas, passará a ser a maior do país, atendendo 20% da demanda nacional e reduzindo a importação do minério. Segundo o diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, 95% do potássio usado no Brasil vem do exterior, e que a produção brasileira será fundamental para fortalecer a segurança alimentar mundial.
De acordo com a empresa Potássio do Brasil, os investimentos previstos são de US$ 2,5 bilhões (R$ 13 bilhões, aproximadamente, dos quais R$ 1 bilhão já investido). Apenas na fase de construção da planta fabril, autorizada no evento desta segunda-feira, a previsão é gerar 2,6 mil empregos diretos em 4 anos e meio. Já na fase de operação, além dos 1,3 mil empregos diretos, devem ser gerados outros 16 mil indiretos. O uso de mão de obra local será de até 80%.