
Tensão militar na tríplice fronteira, onde ilha fluvial é disputada por Colômbia e Peru, é monitorada pelo governo

O Governo Brasileiro monitora, desde o fim da semana passada, a movimentação de tropas militares colombianas e peruanas na região da Tríplice Fronteira, no Alto Rio Solimões, onde os dois países vizinhos brigam pela soberania sobre a ilha de Santa Rosa.
A ilha é de formação recente e fruto da deposição de terras em um local, na Tríplice Fronteira, em que a soberania estava estabelecida por um tratado de 1930 e que, obviamente, não previa a formação da ilha.
Com o impasse, o Peru declarou soberania sobre o território, incorporando-a ao município de Santa Rosa de Loreto, Estado do Amazonas peruano. O governo colombino não gostou da decisão unilateral e deslocou para a região de Letícia, município que é a capital do Estado do Amazonas colombiano, dois navios de patrulha da Marinha colombiana.
Os peruanos também deslocaram tropas para a região, mas até o momento não houve o registro de conflitos.
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Tabatinga está no centro do conflito na tríplice fronteira
Além de Letícia e Santa Rosa, a tríplice fonteira é integrada também pelo município amazonense de Tabatinga, onde fica localizado o Comando de Fronteira do Solimões (CFSol), uma brigada do Exército brasileiro.
Na região também estão baseados navios do 9º Distrito Naval, cuja sede fica em Manaus, mas que costumeiramente ficam de prontidão para manter a integridade das fronteiras brasileiras.
Duas fontes ouvidas pela Onda Digital neste fim de semana, uma militar e outra civil, dizem que a situação no meio do rio Amazonas é tensa por conta da movimentação dos navios, mas nada indica que eles poderão entrar em conflito antes dos dois países buscarem uma conciliação, como ocorreu em 1930, com o estabelecimento do tratado que estabeleceu as fronteiras.
Conflito nas fronteiras mobiliza governo brasileiro
A disputa entre Colômbia e Peru pela ilha de Santa Rosa não é o único na fronteira brasileira que preocupa o governo e os militares em particular. Desde novembro de 2023 que a tensão na fronteira Norte envolve os governos da Venezuela e da Guiana.
Naquele ano, um plebiscito convocado pelo presidente Nicolas Maduro reivindicou para a Venezuela a soberania sobre o território guianense de Essequibo, onde existem reservas de petróleo e gás que estão sendo exploradas por petroleiras internacionais, como Exxon Mobil e Total.
Maduro chegou a deslocar tropas para a fronteira, mas até hoje não entraram em ação.
Desde então, o Comando Militar da Amazônia vem recebendo reforços de unidades que estavam instaladas nas regiões Sul e Centro-Oeste. Estas unidades foram incorporadas a 1ª Brigada de Infantaria de Selva, com base em Boa Vista (RR).