Pesquisadores envolvidos na operação Emergência Botos Tefé estão adotando uma nova estratégia de prevenção para evitar mais mortes de animais: Nesta quarta, 16, foi divulgado que os cientistas estão montando uma espécie de cordão para isolar trechos mais quentes do Lago Tefé, situado no município distante 522 km de Manaus.
O cordão deverá conduzir os botos para áreas mais profundas do lago, onde a temperatura é mais baixa.
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Segundo os pesquisadores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) que estão trabalhando no local, no Lago Tefé há um trecho chamado Enseada do Papucu. Este é considerado o local mais crítico para a morte dos animais devido à temperatura da água, que chegou a 39,1°C, muito acima da temperatura normal do lago, de 30°C. Os botos e tucuxis acabam sendo atraídos para o local devido à grande quantidade de peixes, que compõem a alimentação básica dessas espécies.
Os cientistas apontam que no dia do pico de mortes dos botos, 29 de setembro, a temperatura da água atingiu 39,1°C.
No balanço mais recente do ICMBio, foram registradas as mortes de 153 botos desde o dia 28 de setembro. Do total, 130 botos são vermelhos e 23 são tucuxis.
104 animais foram necropsiados e amostras de tecidos e órgãos dos animais enviados para diversos laboratórios especializados distribuídos pelo Brasil. Até o momento, os exames não apontam a presença de agente infeccioso ou patógeno capaz de explicar as mortes. A alta temperatura da água segue como a principal hipótese para explicar a mortandade dos animais.