O Rio Negro voltou a subir em Manaus: Na terça-feira (6/2), o nível do Rio Negro atingiu 21,46 metros. O valor é quase o dobro do mais baixo, registrado em 26 de outubro de 2023, quando alcançou a cota histórica de 12,70 metros, segundo o Porto de Manaus.
A cheia dos rios amazônicos é uma realidade. Os principais rios do Amazonas já voltaram a subir e seguem apresentando níveis dentro da normalidade para o período, conforme o Serviço Geológico do Brasil (SGB).
Apesar disso, a situação no estado ainda não está totalmente normalizada, e os 62 municípios do estado permanecem em situação de emergência por conta da seca. Francisco Máximo, secretário executivo da Defesa Civil do Amazonas, afirmou:
“Nossos rios já estão em recuperação, isso já permite que comunidades saiam do isolamento. Porém, os fortes impactos causados pela estiagem ainda persistem, por essa razão os 62 municípios estão com seus decretos vigentes, mas muito em breve toda a normalidade social será reestabelecida”.
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El Niño ainda provoca poucas chuvas
Conforme Jussara Cury, pesquisadora de geociências do SGB, após a vazante severa que atingiu o estado, os níveis dos rios ficaram baixos e precisam de tempo para se recuperar, mas eles ainda estão sendo impactados pela pouca quantidade de chuvas durante o El Niño. Ela disse:
“O fenômeno afeta no acumulado de chuvas, que está abaixo do normal para o período. No momento Tabatinga, no Alto Solimões, está apresentando oscilações e até descidas. O mesmo ocorre na parte norte da bacia, como Alto Rio Negro e rio Branco, em Roraima, que estão em recessão e no caso de Boa Vista [capital de Roraima] com níveis baixos para o período”.
A recuperação após a seca
No Lago Tefé, no interior do estado, onde mais de 200 botos morreram – um dos símbolos da crise que o Amazonas enfrentou na seca -, o cenário agora é de normalidade. No entanto, a causa da morte dos animais ainda segue sendo investigada, informou o Instituto Mamirauá.
Já no rio Negro, vários locais observados em Manaus que impressionaram pela presença de mato e pela terra batida, hoje já se encontram dominados pelas águas. No entanto, muitos moradores ainda consideram a subida dos rios lenta.
*Com informações de G1