A cooperação científica entre o Reino Unido e Brasil vai receber mais financiamento para a medição do dióxido de carbono na floresta Amazônica. A estação de pesquisa do chamado AmazonFACE fica a 80 km de Manaus, capital do Amazonas, onde ficam as torres de monitoramento. O anuncio do monitoramento foi feito esta semana e irá medir o impacto do aumento dos níveis de dióxido de carbono nas árvores, informou a embaixada britânica.
Ao visitar o local, no último dia 23, o ministro britânico das Relações Exteriores, James Cleverly, anunciou mais um investimento: o equivalente a mais de R$ 12 milhões para o Programa, que quer entender como o aumento do CO2, o dióxido de carbono, na atmosfera, e como ele afeta a floresta e a biodiversidade que vive nela.
Saiba mais:
Primeiro-ministro britânico anuncia doação de R$ 500 milhões ao Fundo Amazônia
O valor anunciado complementa os investimentos que o Reino Unido já faz no programa desde 2021. Agora, somam mais de R$ 40 milhões. Por parte do Brasil, o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação vai entrar com mais de R$ 30 milhões, conforme anunciado pela ministra da pasta, Luciana Santos, durante a visita.
O AmazonFACE é o principal projeto de cooperação científica entre os dois países. O experimento usa a tecnologia FACE que expõe uma área da floresta madura na Amazônia a uma concentração de CO2, 50% maior que a encontrada normalmente na atmosfera.
O experimento tem 6 anéis instalados. Em cada um, há 16 Retorres de forma circular, ligadas a um tanque de CO2. Um sistema de sensores controla a liberação do ar com o dióxido de carbono a mais e monitora como a floresta e o ecossistema dela reagem a essa exposição.
O projeto é resultado do trabalho de cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Met Office, serviço nacional de meteorologia britânico.
Este mês, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, se comprometeu a destinar 80 milhões de libras ao Fundo Amazônia, uma importante iniciativa financiada principalmente por Noruega e Alemanha para combater o desmatamento e apoiar projetos de sustentabilidade na floresta amazônica.
O Brasil abriga cerca de 60% da Amazônia, cuja floresta tropical é vital para mitigar o impacto das mudanças climáticas devido à imensa quantidade de gases de efeito estufa que ela absorve.