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O plano que deu certo: O sucesso de mães que decidem empreender na gestação

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A chegada do bebê Yuri, de 1 ano de idade, na família Miki, foi um divisor de águas em todos os sentidos. Para os negócios, o menino foi inspiração. Ainda gestante, a engenheira química e professora, Suzzane Miki, fez um plano pedagógico de como ensinaria o filho a conhecer as palavras.

Foto: Arquivo Pessoal

“Antes de ele nascer eu já tinha bolado um plano de como ensinar versículos da bíblia e consequentemente a leitura, eu já tinha os cards de animais, de histórias, aí meu marido viu o material e considerou uma possibilidade de negócio, e foi aí que decidimos fazer materiais pedagógicos para vender na internet voltados ao ensino de crianças em casa”, contou Suzane.

A ideia saiu do papel no dia 24 de agosto de 2022, Yuri tinha apenas 4 meses de vida. Em menos de um ano, o empreendimento já alcançou mais de mil clientes no Amazonas e fora do estado.

Para Suzzane, um dos principais desafios para avançar nos negócios, foi administrar o tempo.

Foto: Arquivo Pessoal

“O desafio maior foi encontrar tempo. No começo eu usava as horas que o bebê estava dormindo para fazer os materiais, já cheguei até fazer as encomendas de madrugada. Sem dúvidas, a ajuda do meu esposo foi, desde o começo, fundamental para avançarmos com o empreendimento”, destacou Suzzane.

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Foto: Arquivo Pessoal

A empreitada da família Miki, hoje em dia, é responsável por 40% da renda familiar.

“Depende muito do período, em datas comemorativas o lucro chega a duplicar”, conta Suzzane.

A conta no Instagram do Cem por cento verdade, já bate mais de 5 mil seguidores.

 

Brinquedos Afetivos

 

Foto: Arquivo Pessoal

A maternidade também trouxe outras possibilidades para Damares Ismael. A assistente social, foi forçada a pausar a carreira em 2020 por causa da pandemia da Covid-19, e no mesmo período ela engravidou da filha caçula, Catarina, hoje com 2 anos e 4 meses de idade.

“Eu comecei a empreender logo que a minha filha nasceu porque era necessário. Precisávamos de alguma coisa que ajudasse na complementação da renda e eu também não queria trabalhar fora e deixar a Catarina e Clara, minha filha mais velha”, conta Damares.

E foi nas linhas e nos pontos baixos no crochê espiral que Damares viu uma chance de ajudar em casa e ficar perto das filhas. A mãe da Catarine e da Clara, de 14 anos, empreende confeccionando bichinhos de pelúcia de crochê, conhecidos como “amigurum”.

“Eu ganhei um amigurum na gestação, achei muito lindo e me aventurei a fazer um, ainda grávida. Na adolescência eu já tinha apreendido os pontos básicos do crochê, e para fazer os bichinhos, comecei a assistir aulas na internet”, lembra.

A produção dos Amigurimis da Dama, é solo, feitos unicamente por Damares, e por ser um produto artesanal, não é produzido em alta escala. Em dois anos de empreendimento foram mais de 200 bichinhos de crochê vendidos.

Foto: Arquivo Pessoal

“O meu público é o público infantil, mães que procuram brinquedos artesanais para seus filhos, chamamos de brinquedos afetivos. Mães que procuram brinquedos que se assemelhem as suas filhas, o produto personalizado que mais vendo são bonecas negras”, ressaltou.

 

Foto: Arquivo Pessoal

O objetivo da Damares com empreendimento é conseguir torná-lo uma renda fixa e acompanhar o crescimento das filhas, mas também não descarta as possibilidades de no futuro, voltar a atuar em sua área de formação.

Na estatística

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio de sua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), monitora a evolução do número de pessoas que estão em atividade, no mercado de trabalho. Nesta estatística, as mulheres representam, no IV trimestre de 2021, 34% do total de Donos de Negócio.

Nos últimos 6 anos, a proporção de mulheres que são Donos de Negócio cresceu 2 pontos percentuais, passando de 32% para 34%.

Os estados do Rio de Janeiro, Distrito Federal e Sergipe são os estados com as maiores proporções de mulheres, entre os Donos de Negócio, chegando a 38%, 37% e 37% do total, respectivamente. Neste ranking, o Amazonas aparece com 30% de mulheres a frente de empreendimentos.

Outro dado que reforça a presença de mulheres, na maioria das vezes mães, a frente de empreendimento, é o número de mulheres atendidas pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que totaliza em cinco anos, mais de 14 mil mulheres atendidas e cerca de 4 mil ativas no  Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).

Os dados só reforçam, apesar de lento, a atuação de mulheres, mães, gestantes, a frente de empreendimentos, expressam crescimento.

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