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Guaraná Baré: tradição e saúde caminham lado a lado com novo sabor ‘zero’

Guaraná Baré tem versão 'zero açucár' que promete oferecer o mesmo sabor da versão adocicada que conquistou o público
11/10/25 às 09:04h
Guaraná Baré: tradição e saúde caminham lado a lado com novo sabor ‘zero’

O setor de Alimentos e Bebidas (A&B) tem passado por uma revolução silenciosa, mas profunda. Nas prateleiras, nas pesquisas de consumo e até na mesa do brasileiro, uma pergunta se impõe: quanto açúcar estamos consumindo — e qual o impacto disso em nossa saúde? Essa preocupação crescente vem sendo acompanhada de uma verdadeira cruzada por parte de profissionais da nutrição, nutrólogos e entidades de saúde pública, o que acaba impactando na grande indústria e nas fórmulas de marcas tradicionais, como o guaraná Baré, um queridinho dos amazonenses.

Não se trata apenas de um modismo, mas de uma resposta direta a números que alertam para cuidados com a saúde. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo excessivo de açúcares adicionados está entre os principais fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares — que figuram entre as maiores causas de morte no mundo.

A recomendação atual é clara: no máximo 10% das calorias diárias devem vir de açúcares livres, sendo que o ideal seria menos de 5%.


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Baré passa por mudança na fórmula

Essa mudança no comportamento alimentar representa um desafio significativo para a indústria de alimentos e bebidas, principalmente para marcas tradicionais, cujo apelo muitas vezes está ligado à memória afetiva de sabores marcantes e doces. É nesse contexto que entra em cena um símbolo cultural e gustativo da Amazônia: o guaraná Baré.

Criado nos anos 1960 em Manaus, o Baré conquistou gerações com seu sabor único, bem doce, e identidade regional forte. Mais que uma bebida, tornou-se parte da cultura local — um “orgulho baré”, como dizem os amazonenses.

Após sua incorporação pela gigante Ambev, o refrigerante manteve presença marcante na região Norte, mesmo com as transformações do mercado, inclusive o internacional, uma vez que passou a ser vendido nos países vizinhos ao Amazonas, como Colômbia, Peru e Venezuela.

Agora, ele se reinventa novamente com o lançamento da versão zero açúcar, respondendo diretamente à nova consciência alimentar do consumidor. A decisão da marca não foi apenas estratégica, mas simbólica: mostrar que é possível honrar a tradição e, ao mesmo tempo, se alinhar às demandas de saúde e bem-estar da atualidade.

A fórmula sem açúcar foi desenvolvida com o uso de tecnologias de aromas e adoçantes que prometem preservar a experiência sensorial original do refrigerante — um ponto crucial para não alienar seu público fiel, enquanto conquista uma nova geração de consumidores mais atentos à saúde e à composição nutricional dos produtos.

O movimento do Baré reflete um fenômeno maior: marcas regionais e nacionais buscando adaptar seu portfólio para oferecer alternativas com menos açúcares, menos calorias e mais transparência. No caso do Baré, essa adaptação ganha um peso especial por acontecer em um território onde o consumo de refrigerantes ainda é elevado, e onde a bebida representa uma conexão emocional com a identidade local.

Assim, o guaraná Baré entra para um novo capítulo de sua história — agora, não apenas como um símbolo do Amazonas, mas também como exemplo de que tradição e saúde podem caminhar lado a lado. Uma rota de sabor que respeita o passado, mas olha com atenção para o futuro.