Estudantes manauaras participam de debates e simulação de crises globais

Foto: Divulgação.
A notícia publicada pela jovem jornalista Alice Leite, de apenas 16 anos, caiu como uma bomba entre as delegações reunidas no Conselho de Segurança da ONU. Seu informe fictício — sobre embarcações de Taiwan sequestradas pelo Reino Unido — desencadeou horas de discussões intensas, documentos emergenciais e até a simulação da morte de reféns. Tudo isso aconteceu não em Nova York, mas nas salas do Colégio Connexus, em Manaus, durante o ConnectMUN 2025, realizado de 26 a 28 de setembro.
Ao longo de três dias, mais de 70 estudantes do ensino médio e universitários assumiram papéis de diplomatas, juízes e jornalistas para simular o funcionamento da Organização das Nações Unidas (ONU). Com temas que vão de doenças ligadas à crise climática à independência de Taiwan, passando pelas Guerras Napoleônicas, os jovens vivenciaram a intensidade de debates que ecoam na política internacional.
Maria Luíza Farias, 17 anos, Secretária-Geral do ConnectMUN 2025, afimou:
“Estamos em época de preparação para o vestibular, mas acreditamos que vale a pena manter um legado na escola. O evento desenvolve habilidades que vão muito além de uma prova: amplia a consciência, melhora a comunicação e nos prepara para o mundo profissional”.

No Gabinete de Guerra, os alunos foram divididos em duas salas: de um lado, a França e seus aliados; do outro, o Reino Unido com sua coalizão. Cada equipe elaborava planos militares sigilosos, escritos em ordens formais que definiam estratégias, movimentações de tropas e avanços territoriais. Esses documentos eram entregues à mesa diretora, que avaliava a coerência com o contexto histórico e executava os resultados no tabuleiro do conflito.
Foi nesse ambiente que ocorreu um dos episódios mais marcantes da edição. A coalizão britânica decidiu atacar Paris enviando 30 mil soldados diretamente à capital francesa. A defesa napoleônica, como era de se esperar, estava fortificada — e o ataque resultou em uma derrota avassaladora: todos os soldados foram perdidos, junto com recursos estratégicos, obrigando os britânicos a se reorganizarem.
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Na Organização Mundial da Saúde, o debate foi conduzido por jovens como Mateus Cesarino, de 17 anos. O tema — “O influxo de doenças causadas pela crise climática” — trouxe à tona paralelos com a realidade brasileira e internacional. “Aqui a gente vê um alto nível de argumentação, independente da idade. As diferenças políticas entre países socialistas e capitalistas aparecem claramente, assim como na vida real”, comentou.
Já na Agência de Comunicações, Alice e seus colegas provocaram as crises que mudaram o rumo dos debates. “É uma forma de experimentar uma área que pode estar ligada ao meu futuro. Eu gosto de linguagens e este ano escolhi ser jornalista para viver essa experiência”, contou.
Criado em 2023, o ConnectMUN chegou em 2025 à sua terceira edição no Colégio Connexus. A proposta é oferecer uma experiência prática de diplomacia e debate, em que os estudantes assumem papéis de delegados da ONU ou jornalistas para discutir problemas globais. Mais do que uma simulação, o evento é um laboratório de liderança e pensamento crítico, alinhado à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e às demandas do mundo contemporâneo.
O diretor do Colégio Connexus, Fabiano Souza, comentou a iniciativa:
“O ConnectMUN reafirma nossa missão de formar cidadãos críticos e preparados para um mundo em transformação. Ver nossos alunos assumindo tamanha responsabilidade é a prova de que a educação pode ser agente real de mudança”.
