A greve dos profissionais do transporte coletivo em Manaus iniciada nesta terça-feira (15/4) continua na quarta-feira (16), segundo informou Givancir Oliveira, presidente do Sindicato dos Rodoviários. A categoria reivindica reajuste salarial e melhorias nas condições de trabalho, e afirma que a paralisação só será encerrada quando houver uma resposta concreta por parte das autoridades.
“Na verdade foi só um aquecimento, não houve greve ainda, vai haver greve a partir de amanhã, porque nesse exato momento, nem o Sinetram, nem a prefeitura deram nenhum sinal para os trabalhadores. Nós reivindicamos 12% de reajuste no salário, na cesta básica nos salários, reivindicamos também R$ 1.200 de gratificação para os motoristas que fazem a dupla função e a permanência dos cobradores. Essa é a nossa atual reivindicação”, explicou o presidente.
“Foi só aquecimento”, adianta presidente do Sindicato dos Rodoviários sobre paralisação de ônibus em Manaus pic.twitter.com/8e3lHjQiMD
— Rede Onda Digital (@redeondadigital) April 15, 2025
Em nota oficial, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram) informou que participou de uma reunião entre 15h e 16h20 desta terça-feira na sede do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), com a presença de representantes da prefeitura e do Sindicato dos Rodoviários. O encontro discutiu temas como a retirada progressiva da função de cobrador, alinhada ao processo de modernização da bilhetagem eletrônica, compromisso firmado entre o município e o Ministério Público do Amazonas (MPAM).
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O Sinetram também informou que deu início às negociações da Convenção Coletiva de Trabalho 2025/2026, incluindo propostas de reajuste salarial, com o objetivo de alcançar um acordo equilibrado para ambas as partes.
Sobre a retirada dos cobradores, Givancir Oliveira declarou que o sindicato aceita uma redução de até 10% desses profissionais em linhas com baixo fluxo, mas criticou a decisão da prefeitura de retirar 33% a 40% imediatamente. “O sindicato aceita 10% nas linhas que são fracas, que já não tem dinheiro. Podemos até chegar em uma negociação. Agora eles querem 33% já de imediato a 40% dos cobradores fora do seu trabalho”, afirmou.
O líder sindical também denunciou que profissionais da Linha Verde já foram dispensados após a chegada de 20 novos ônibus, que não possuem assento destinado aos cobradores. “Esses companheiros pegaram a conta, infelizmente. A nossa luta era para que a empresa reintegre ele, até porque não existe nenhum acordo com o sindicato que garanta ônibus rodando sem circulação, sem cobradores”, completou.
Questionado sobre os transtornos causados à população pela greve, Givancir afirmou que sua responsabilidade é com a categoria. “Eu não sou vereador, eu não sou prefeito. Cabe o prefeito e os vereadores defenderem a população. Eu defendo aqui os trabalhadores, os rodoviários estão somente eles. A população se entenda com os órgãos competente”, finalizou.